A morfina tem efeitos clínicos e analgésicos acentuados em equinos, entretanto esclarecimentos sobre seus efeitos adversos demandam pesquisas, especialmente em relação os efeitos clínicos como: depressão gastrointestinal, distensão gástrica, hiperfagia e cólica de origem intestinal. A ultrassonografia é uma ferramenta não invasiva que permite avaliar e caracterizar processos fisiológicos e patológicos que podem envolver órgãos da cavidade abdominal. Sendo uma ferramenta importante no diagnóstico em equinos com abdome agudo, fornecendo informações valiosas e auxiliando na escolha de terapias adequadas.
Com intuito de graduar a dor, o uso do sistema EQUUS-FAP vem sendo proposto. Sendo amplamente utilizada na avaliação de animais com cólicas agudas e para monitoramento objetivo da dor através das expressões faciais. Entretanto, estudos avaliando os efeitos clínicos da morfina na distensão gástrica e na motilidade intestinal em cavalos com estímulo doloroso ainda não haviam sido realizados.
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos colaterais e analgésicos da administração sistêmica da morfina em uma única dose, por meio de parâmetros clínicos e ultrassonográficos e uso da escala EQUUS- FAP em equinos submetidos à cirurgia eletiva de orquiectomia pela técnica aberta.
Foram utilizados 29 cavalos machos não castrados hígidos, de raças diversas, com idade variando entre três a nove anos de idade, distribuídos igualmente em três grupos, o grupo controle (G1), grupo morfina com cirurgia (G2) e grupo morfina sem cirurgia (G3). O protocolo anestésico incluiu tranquilização com acepromazina 1% (0.05mg/kg via intravenosa/IV) e após cinco minutos, sedação com detomidina 1% (10μg/kg via IV). Transcorridos cinco minutos da sedação, foi realizada a administração de sulfato de morfina 10mg/ml (0.05 mg/kg IV lenta) nos animais do G2 ou o mesmo volume de solução salina para um estudo cego no G1. Adicionalmente, 10 a 15 ml de lidocaína 2% sem vasoconstrictor foram administrados via intratesticular, em cada testículo, e 5ml foram depositados ao longo da linha de incisão, paralelas à rafe. A escala EQUUS-FAP foi utilizada para avaliar a dor. As avaliações foram realizadas nos seguintes momentos: M1 – dia anterior, M2 – imediatamente antes do procedimento cirúrgico, M3 – uma hora, M4 – duas horas, M5 – quatro horas, M6 – seis horas e M7 – oito horas após administração da solução salina ou morfina.
Resultados O número de contrações do duodeno, ceco, cólon ventral esquerdo e direito diminuiu nos momentos após a administração de morfina. O tamanho do estômago aumentou
significativamente no grupo 3 (G3) em comparação com os outros dois grupos (G1-G2). O grupo 2 (G2) apresentou valores maiores uma hora após a administração da morfina.
Conclusões: A administração de morfina em dose clínica única em equinos submetidos à cirurgia de orquiectómica eletiva produziu melhores efeitos sedativos, sem grandes efeitos adversos, diminuição mínima da motilidade intestinal e sem produzir dilatação gástrica. O uso da morfina associada à detomidina resultou em cavalos calmos com controle efetivo da dor durante o período avaliado sem alterações nos parâmetros cardiorrespiratórios.
Palavras-chave: motilidade intestinal; escala de dor; analgesia; ultrassonografia.
Titulares:
Dr.(a). Suzane Lilian Beier – Presidente – Orientador(a)
Dr.(a). Rafael Resende Faleiros
Dr.(a). Heloísa de Paula Pedroza
Suplentes:
Dr.(a). Anderson Farias
Dr.(a). Armando de Mattos Carvalho
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