Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

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Tese e Dissertação

Susceptibilidade de quatis (Nasua nasua) de vida livre ao vírus da influenza A em parque urbano de Belo Horizonte em parque

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  • Resumo do trabalho
    • Resumo do trabalho
      • Os quatis (Nasua nasua) são carnívoros membros da família Procyonidae e estão presentes em altas densidades em diversos centros urbanos. Possuem hábitos gregários e generalistas, são acometidos por doenças infecciosas e podem atuar como reservatórios assintomáticos de agentes patogênicos. Nas últimas duas décadas, a vida selvagem, originou aproximadamente 75% das doenças zoonóticas existentes. A influenza A é uma enfermidade de distribuição global, que infecta um amplo espectro de hospedeiros e ocorre anualmente de forma sazonal, causando epidemias. As aves aquáticas são consideradas o reservatório natural da doença e contribuem significativamente para a sua disseminação. A evolução dos vírus influenza (IAVs) está altamente associada à sua natureza genômica e a eventos de deriva e mudança antigênica. Os suínos (Sus scrofa domesticus) possuem um papel importante na mudança antigênica, uma vez que podem ser infectados por IAVs de aves e humanos devido a presença de receptores de ácidos siálicos α-2,3 e α-2,6. De forma semelhante, trabalhos científicos descrevem que guaxinins (Procyon lotor), parentes próximos dos quatis, também possuem ambos os tipos de receptores de ácido siálico em seu sistema respiratório, portanto com potencial capacidade de serem coinfectados por IAVs de diferentes origens. A capacidade dos vírus da Influenza A em se disseminar periodicamente para espécies originalmente não hospedeiras apresenta uma ameaça à saúde animal e humana. Neste contexto, o presente projeto objetivou estudar a susceptibilidade da população de quatis (Nasua nasua) do Parque Municipal das Mangabeiras, Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais , à infecção por IAVs. Para isso, foram realizadas as análises de inibição da hemaglutinação, RT-PCR em tempo real e histoquímica de lectinas. Amostras de soro de quatis capturados nos anos de 2013, 2014, 2018, 2019 e 2021 foram analisadas para a pesquisa dos subtipos H1N1pdm09, H3N2 e H1N1 humano sazonal anterior ao H1N1pdm09. Os resultados demonstraram exposição constante da população de quatis aos subtipos virais estudados, em uma prevalência de 92,4% (134/145), assim como elevada titulação de anticorpos nas diferentes faixas etárias e gêneros. Ainda, na detecção direta do vírus, realizada a partir das amostras biológicas obtidas no ano de 2021, constatou-se a presença do RNA viral em 23,81% (15/63) dos animais estudados. A partir de cadáveres de quatis encontrados na região do parque, foram encontrados, no sistema respiratório, receptores de ácidos siálicos α-2,6 e α-2,3 em amostras teciduais de concha nasal, traqueia e pulmão. Os resultados sugerem a susceptibilidade de quatis aos subtipos de IAVs de diferentes origens, assim como a transmissão assintomática intraespecífica. Mais estudos são necessários para compreender a importância epidemiológica dos quatis no ciclo de transmissão deste agente zoonótico e medidas de mitigação devem ser realizadas a fim de reduzir a exposição de quatis a agentes patogênicos de origem humana,

        minimizando a possibilidade de eventos de transbordamento viral.

        Palavras-chave: zoonose; saúde pública; diagnóstico molecular; sorologia; H1N1pdm09;

        H3N2; H1N1; ácido siálico; vida selvagem

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