Há evidências de que a suplementação oral de progestágeno ativo melhora o desempenho reprodutivo pós-desmame, por meio de maiores taxas de ovulação, sincronização do estro e maior sobrevivência embrionária. Tais efeitos positivos podem estar relacionados a uma melhora no desenvolvimento e qualidade folicular. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da suplementação de altrenogest na última semana de lactação em primíparas. Para a condução desse estudo, 96 fêmeas primíparas foram distribuídas em dois tratamentos: porcas suplementadas com 20 mg de altrenogest, via oral, durante os últimos seis dias de lactação, terminando um dia antes do desmame (ALT; n=46) e porcas não suplementadas (CONT; n=50). Um subgrupo de 10 animais de cada grupo foi selecionado aleatoriamente para avaliação de progesterona sérica. Amostras de sangue foram coletadas no dia 1 e 3 do tratamento, no desmame e 48, 72 e 96 horas após o início do estro. Os partos foram monitorados, os leitões pesados ao nascer, sendo o número total de leitões nascidos, nascidos vivos, natimortos e leitões mumificados registrados. Adicionalmente, os leitões natimortos foram necropsiados para avaliação do peso dos órgãos. Os dados foram analisados como um projeto randomizado completo e as médias foram comparadas pelo teste t de Student. O uso de altrenogest durante a lactação resultou em maiores níveis de progesterona 72 horas após o início do estro (P<0.05). A necropsia dos leitões natimortos demonstrou que o peso ao nascer foi o principal fator que afetou o peso dos órgãos (P<0.05). As fêmeas ALT apresentaram menor número de leitões com peso ao nascer entre 600 e 800g (P <0.05), sendo mais evidente no peso dos machos (P< 0.05). A correlação entre peso do cérebro/peso do fígado (parâmetro de eleição para diagnostico de restrição intrauterina de crescimento- RIUC) foi alta e significativa (r= – 0,69 p=0,001). Como a totalidade de leitões nascidos com peso entre 600 e 800g foi diagnosticada com RIUC, tais achados sugerem que a suplementação com altrenogest pode reduzir a incidência de RIUC, principalmente nos leitões do sexo masculino. Em conjunto, os resultados obtidos revelaram que a suplementação de altrenogest durante 6 dias na última semana de lactação poderia aumentar sobremaneira a produção de animais saudáveis e com desempenho pós-natal adequado, aumentando o retorno econômico para o produtor.
Palavras-chave: Progestágeno, reprodução, peso ao nascimento, restrição intrauterina de crescimento, Regumate.
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