Objetivou-se avaliar os efeitos do secretoma, em feridas dermonecróticas em coelhos submetidos à injeção de veneno de Loxosceles intermedia. Foram utilizados 16 coelhos machos, adultos, Nova Zelândia, com peso médio de 2,0 kg, distribuídos em quatro grupos (n=4). À exceção do grupo controle (grupo I), que foi submetido apenas à aplicação de secretoma (60μg de secretoma diluído em tampão fosfato-salina a 0,5%), todos os outros grupos foram submetidos à administração de 10μg de veneno de Loxosceles intermedia, diluído em NaCl 0,9%, via intradérmica (ID) na região interescapular e, tratados 30 minutos após a injeção do veneno, da seguinte forma: grupo II (NaCl 0,9%, via ID); grupo III (60μg de secretoma diluído em tampão fosfato-salina 0,5%, via ID) e, grupo IV (60μg de secretoma diluído em tampão fosfato-salina 0,5% via endovenosa – EV). Os animais foram avaliados diariamente e realizados registros fotográficos em altura pré-definida de 30 cm para posterior análise da evolução da área da ferida por morfometria. Amostras de sangue foram coletadas imediatamente antes da aplicação do veneno (tempo 0) e 3, 9 e 15 dias após, para avaliação e monitoração de parâmetros hematológicos e bioquímicos séricos e plasmáticos. Após 15 dias os animais foram eutanasiados, submetidos a necropsia e amostras de pele ao redor da lesão foram coletadas para posterior análise histológica. Os resultados demonstraram que os animais do GI não apresentaram edema, eritema, halo ou necrose. No primeiro dia da injeção do veneno, após tratamentos com secretoma, os animais do GIII e GIV, apresentaram maior grau de edema, quando comparado aos animais do GII. Todavia, no 15ª dia de avaliação, o edema foi menor nos animais do GIII e GIV e, de forma inversa, maior no GI. O eritema foi observado nos grupos que receberam veneno de L. intermedia (GII, GIII e GIV), e comparativamente, no primeiro dia, nos grupos II e III foram similares entre si, e diferentes do GIV que apresentou menor diâmetro de eritema (p<0,05). O halo hemorrágico não foi observado no GI e nos animais que receberam veneno (GII, GIII e GIV), nos tempos 1 e 3, não houve diferença (p>0,05). Deve ser salientado que, no nono dia, somente nos animais do GIV, ainda havia halo hemorrágico. Todavia, macroscopicamente, no GIV, apenas um animal apresentou evolução para ferida dermonecrótica. Na avaliação microscópica, não foram observadas alterações na pele dos animais do GI, entretanto, apesar de todos animais que foram desafiados com o veneno, apresentarem alterações muito semelhantes, como necrose e infiltração heterofílica, no GIV, os animais apresentaram ativação fibroblástica, desenvolvimento precoce de tecido conjuntivo, neovascularização e reepitelização tecidual, conferindo alternativa comprovadamente eficaz em relação ao processo de cicatrização. Em relação a hematologia não houve alteração digna de nota e na bioquímica sérica, somente houve aumento na concentração de CK no tempo 3, nos grupos GIII e GIV e, posterior redução a partir do nono dia. Esses mesmos grupos também apresentaram aumento de LDH e ureia, porém os valores permaneceram dentro dos parâmetros fisiológicos para a espécie leporina. Conclui-se que a terapia com o secretoma pode ser utilizada na cicatrização da ferida dermonecrótica no loxoscelismo.
Palavras-chave: Loxoscelismo; Araneísmo; Terapia regenerativa.
Dr.(a). Marília Martins Melo – Presidente – Orientador(a)
Dr.(a). Felipe Pierezan
Dr.(a). Ana Flávia Machado Botelho
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