Plumbago scandens, popularmente conhecida como louco, caataia, caapomonga, e erva-do-diabo, é uma planta pertencente à família Plumbaginaceae, ocorrendo em todas as regiões do Brasil. Foi descrita como tóxica para bovinos e caprinos. A intoxicação é caracterizada por lesões cáusticas no trato digestório anterior. P. scandens possui em sua composição uma naftoquinona denominada plumbagina, que apresenta elevada atividade citotóxica. O objetivo deste trabalho foi desenvolver metodologias analíticas para determinação dos níveis de plumbagina em amostras de folhas, caule e conteúdo ruminal, para utilização como marcador químico auxiliar no diagnóstico laboratorial de intoxicação. Foi desenvolvida uma metodologia utilizando cromatografia em camada delgada (CCD) e outra utilizando cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A presença de U. brizantha, M. maximum, silagem de milho e conteúdo ruminal não apresentou nenhum interferente para a plumbagina nas duas metodologias. A metodologia por CCD gera resultados qualitativos, mas é de simples implantação e baixo custo. A metodologia de CLAE desenvolvida neste estudo apresentou excelente precisão e sensibilidade, sendo o que LD foi 0,01 μg/mL e o LQ foi 0.05 μg/mL. Amostras de folhas e caule de P. scandens avaliadas apresentaram elevados níveis de plumbagina (0,261±0,087% e 0,327±0,055%, respectivamente), enquanto em Plumbago auriculata (planta ornamental muito utilizada) as folhas não apresentaram níveis detectáveis da toxina, e baixas concentrações foram encontradas em algumas amostras de caule (até 0,000114%). Assim, estas metodologias poderão ser utilizadas para confirmar ou descartar o consumo de P. scandens em casos de animais suspeitos da intoxicação.
Palavras-chave: ruminantes; plantas tóxicas; perturbações digestivas; diagnósticos diferenciais; cromatografia.