A leishmaniose visceral, causada pelo protozoário Leishmania infantum, é considerada doença endêmica no Brasil. Sabe-se que o cão é o principal hospedeiro e reservatório da doença, no entanto, o papel do gato na epidemiologia da doença tem sido questionado. Este trabalho buscou investigar a infecção por Leishmania em felinos de um gatil localizado em área endêmica para leishmanioses. A amostra total foi de 100 gatos, escolhidos de maneira aleatória de um plantel de 250 animais. Cada um destes animais foi identificado com resenha e implantação subcutânea de “microchip”. Após exame clínico completo, colheu-se 5 ml de sangue para realização de perfis hematológico e bioquímico, imunocromatografia para diagnóstico de leishmaniose, FIV e FeLV, e testes sorológicos por RIFI para identificação de anticorpos anti-Leishmania. Procederam-se ainda exames parasitológicos pela punção de medula óssea: pesquisa direta de Leishmania por lâminas e cultura, e técnicas moleculares: PCR HSP70 e kDNA de medula óssea e biópsia de pele. Nos exames parasitológicos e moleculares não foram obtidos resultados positivos. Desta forma, os resultados positivos obtidos no exame sorológico foram comparados com alterações hematológicas e bioquímicas pelo teste de Qui Quadrado e observou-se estatística significativa, ou seja, rejeitou-se a hipótese nula, comprovando assim a associação dos resultados de RIFI com anemia, plaquetopenia, leucopenia, aumento de uréia, aumento de creatinina, hiperglobulinemia, hipoalbuminemia, aumento de ALT e imunocromatografia positiva para FeLV, ou seja, obteve-se p< 0,05. Com este trabalho foi possível demonstrar que felinos de gatil localizado em cidade endêmica para leishmaniose visceral canina apresentaram alterações hematológicas, bioquímicas, presença de retroviroses e de anticorpos anti-Leishmania, no entanto a presença do parasita na medula óssea ou na pele não foi confirmada por métodos parasitológicos e moleculares.
Palavras chave: leishmaniose visceral, leishmaniose felina, técnicas sorológicas, reação em cadeia da polimerase, Leishmania infantum.
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