Foram realizados dois experimentos distintos para avaliar a patogênese dos efeitos do hipertireoidismo materno sobre o crescimento endocondral e intramembranoso da prole de ratos por meio de estudos in vitro com condrócitos das epífises femorais (estudo 1) e com osteoblastos da calvaria (estudo 2). Estas células foram colhidas de ratos neonatos filhos de mães com hipertireoidismo induzido e de neonatos filhos de mães controle, constituindo assim dois grupos. No estudo 1, as culturas 2D de condrócitos de ambos os grupos foram submetidas aos ensaios de viabilidade pelo MTT e de fosfatase alcalina (FA) pelo BCIP/NBT aos 7, 14 e 21 dias. Os pellets de condrócitos cultivados em 3D por 21 dias foram processados pela técnica de inclusão em parafina. Secções foram coradas pelo ácido períodico de Schiff (PAS) para avaliar a morfologia e o percentual de áreas PAS+. A expressão dos transcritos gênicos para Col2 e ColX, agrecan, Sox9 e Runx2 foi avaliada por RT-PCR em tempo real aos 21 dias. No estudo 2, para ambos os grupos, foram realizados os ensaios de proliferação pelo MTT e da atividade de FA pelo BCIP/NBT aos 7, 14 e 21 dias. Aos 21 dias, a área total de matriz mineralizada corada pelo Von Kossa foi avaliada por morfometria e a expressão dos transcritos gênicos para Runx2, Bmp2, Fgfr1, Col1, osteocalcina (Oc) e osteopontina (Op) foi avaliada por RTPCR em tempo real. Em ambos os estudos, as médias foram comparadas pelo teste t de Student. No estudo 1, não houve diferença significativa entre os grupos nos ensaios de MTT e FA. O hipertireoidismo materno não alterou a morfologia dos condrócitos, mas reduziu significativamente o percentual de áreas PAS+ e a expressão dos transcritos gênicos para Col2 e agrecan e aumentou a expressão de Sox9. No estudo 2, a atividade da fosfatase alcalina foi significativamente maior aos 14 e 21 dias nas culturas de osteoblastos extraídos dos neonatos expostos ao hipertireoidismo materno, enquanto a conversão de MTT foi significativamente menor aos 21 dias neste grupo. As culturas de osteoblastos dos neonatos expostos ao hipertireoidismo materno também apresentaram maior área total de matriz mineralizada e maior expressão dos transcritos gênicos para Oc e Op. Conclui-se que o hipertireoidismo materno altera de forma distinta os condrócitos e os osteoblastos da prole, reduzindo a síntese de áreas PAS+ e a expressão de transcritos gênicos para Col2 e agrecan na cartilagem e aumentando nos osteoblastos a atividade de síntese de matriz, a atividade da fosfatase alcalina e a expressão dos transcritos gênicos para osteocalcina e osteopontina, podendo ser esses alguns dos mecanismos pelos quais 15 há, respectivamente, redução do crescimento endocondral e fechamento precoce das suturas da prole de mães com hipertireoidismo.
Palavras-chave: disfunção tireoidiana, gestação, crescimento endocondral, crescimento intramembranoso, craniossinostose, ossificação, rato.
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