Objetivou-se avaliar o Escore de Wisconsi (Escore de WI), Escore da Califórnia (Escore da CA) e a Ultrassonografia Pulmonar no diagnóstico da doença respiratória em bezerras e estabelecer o efeito dessa enfermidade no desempenho zootécnico destes animais e os fatores de risco envolvidos. O estudo foi realizado em uma fazenda leiteira comercial intensiva, onde 193 bezerras foram avaliadas nos métodos de diagnóstico, a partir da entrada no estudo. Assim, foram realizadas 328 avaliações entre a 1ª a 6ª semana de vida (BI), 539 entre a 8ª a 12ª semana de vida (BF), 887 da 1ª a 12ª semana de vida (BG), 291 da 16ª a 24ª semana de vida (RC) e 1158 da 1ª a 24ª semana de vida (TA). No geral 79,3% (153/193) das bezerras apresentaram pelo menos um exame positivo na ultrassonografia pulmonar, 65,2% (126/193) no escore de WI, 60,1% (116/193) no escore da CA e 74% (142/193) receberam pelo um tratamento para doença respiratória até a 12ª semana de vida, quando foram desmamadas. Na primeira semana de vida apenas uma bezerra foi positiva na ultrassonografia pulmonar e posteriormente o número de animais positivos não alterou ao longo das semanas (p>0,05, média de 41%). Da quarta a 6ª semana de vida houve uma maior proporção de casos positivos no escore ultrassonográfico >3, de positivos no escore de WI e no número de tratamentos para pneumonia. Ao longo do estudo a principal apresentação da doença respiratória foi a pneumonia subclínica, casos positivos na ultrassonografia e negativos no escore de WI, que se intensificaram partir da 8ª semana de vida e essa foi responsável pela baixa concordância do escore de WI com a ultrassonografia pulmonar (índice kappa, 9,1 a 21,9 %) e da sua baixa sensibilidade diagnóstica ao longo do estudo (20,2 a 39,2%). O escore ultrassonográfico 1, presença de caudas de cometa difusas, foi observado apenas em quatro animais e esses vieram a óbito, poucos dias após o diagnóstico (1 a 5 dias) por septicemia causada pela Salmonella Dublin. Sobre os fatores de risco, houve associação significativa da transferência de imunidade passiva com o número de consolidações pulmonares >1cm na ultrassonografia (BG y= 0,81-0,047, R2=0,004, P= 0,021; TA y=0,82-0,055x, R2= 0,0061, P=0,003) e com o número de casos de tratamento para pneumonia (y=2- 0,13x, R2 0,021, P=0,044). O total de dias em diarreia teve associação significativa sobre o número de casos de tratamento para pneumonia (y=0,79+0,04x, R2=0,022, P=0,04). Nos exames positivos na ultrassonografia, em 72,7% (339/466) as consolidações estavam presentes apenas no pulmão direito, 87,6% (410/466) presentes na parte cranial do lobo cranial e em 42,9% (201/466) restritas a essa porção pulmonar. Na avaliação de desempenho, foi observado uma associação do menor ganho de peso para o aumento do número de espaços intercostais com lesões >1cm (BI (y=0,63-0,044x, R2=0,05, P=0,002; BG y=0,85-0,038x, R2=0,027, P=0,011; RC y=0,86-0,055x, R2=0,02; P=0,02; TA y=0,86-0,04x, R2=0,025, P=0,001) e para número de casos positivos no escore de WI (BG y=0,84-0,15x, R2=0,02, P=0,015; TA y=0,84-0,14x, R2=0,016, P=0,004). O aumento de um ponto no valor médio de espaços intercostais com consolidações > 1cm elevou a taxa de morte em 51% (Hazard ratio=1,51; IC 95% (1,16-1.97; P=0,002) e para aumento nos valores do escore WI, em 35% (Hazard ratio =1,35; IC 95% (1,12-1,63; P=0,002), até os 19 meses de vida. No estudo, foi observado uma alta prevalência de doença respiratória e principalmente por pneumonia subclínica, diagnosticada pelo uso da ultrassonografia pulmonar. No exame ultrassonográfico, a parte cranial do lobo cranial direito foi a mais afetada e para evitar casos falso negativos, essa sempre deve ser avaliada. A presença da doença respiratória foi associada a pior transferência de imunidade passiva, dias em diarreia, menor ganho de peso e maior chance de morte. Apesar de significativa, a força dessas associações foram baixas, o que mostra o caráter multifatorial da doença respiratória e que outros fatores devem ser estudados.
Palavras-chave: Escore De Wisconsin, Ultrassonografia Pulmonar, Pneumonia Subclínica, Ganho De Peso, Colostragem.
Dr.(a). Antônio Último de Carvalho – Presidente – Orientador(a)
Dr.(a). Sandra Gesteira Coelho
Dr.(a). Andressa Batista da Silveira Xavier
Dr.(a). Rogério de Carvalho Souza
Dr.(a). Hélio Martins de Aquino Neto
Co-Orientador: Elias Jorge Facury Filho
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