A laminite é a segunda doença que mais promove óbito em equinos e é a mais debilitante que acomete a parte distal do aparelho locomotor. Devido à intensa dor que se manifesta principalmente nos membros torácicos, o cavalo acometido desloca o tronco caudalmente, adotando uma postura constante de dorso arqueado e coluna toracolombar flexionada. Ainda não são sabidas nem exploradas, as possíveis repercussões de tal postura para a coluna vertebral de equinos. O objetivo desse estudo é investigar a prevalência e a intensidade de lesões que afetam a coluna toracolombar em equinos com laminite, comparando-as com as de equinos saudáveis. Utilizou-se uma amostra populacional de 60 equinos, 30 clinicamente saudáveis e 30 com laminite crônica, composta de 42 fêmeas e 18 machos de raças distintas, funções diversas e com idade entre 2 e 20 anos oriundos de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais , São Paulo e Paraná. Os animais foram avaliados em única ocasião, utilizando-se exame físico e um sistema de escores para lesões determinado por testes de inspeção, palpação da e avaliação da mobilidade na coluna denominado Método de Avaliação Clínica da Coluna Toracolombar Equina (MACCTORE), que foi desenvolvido a partir deste experimento. Adicionalmente, aplicou-se a Escala de Dor Equina de Grimace (HGS) e realizou-se a avaliação ultrassonográfica da coluna toracolombar, transversalmente, da região de T17-L6 com a probe convexa e, longitudinalmente, da região de T5-L6 com a probe linear. As imagens ultrassonográficas foram avaliadas cegamente por 2 avaliadores distintos. A função muscular também foi avaliada pela determinação das concentrações sanguíneas de enzimas musculares. Os valores de cada variável
foram comparados entre grupos pelo teste t de Student não pareado ou pelo teste de Mann- Whitney (P< 0,05). Mais além, comparou-se a distribuição de frequência de animais acometidos com escores de lesão acima e abaixo do ponto de corte, que correspondeu ao percentil 75 (P75) de toda a população. Equinos com laminite crônica apresentaram manifestação dolorosa superior (HGS e frequência cardíaca P<0.0001) concomitante com aumentos significativos nas médias (±DP) dos índices de lesão da coluna toracolombar tanto ao exame clínico MACCTORE (11,7±4,8 vs. 4,2±3.3, P<0.0001) como índice geral ultrassonográfico (39,6±12,0 vs. 20,7±7,1, P<0.0001) e nos exames específicos para processos articulares e espinhosos (P<0.0001), ligamento espinhoso (P=0,0003) e musculatura epaxial (P=0,017). Com base nos parâmetros pré-estabelecidos (grau de US total > 30), equinos com laminite apresentaram prevalência 14 vezes superior (IC: 4,4 a 50,6, P<0,0001) de lesões ultrassonográficas de relevância na coluna toracolombar. Apesar de iniciais, os resultados são suficientes para demonstrar relevante associação entre laminite crônica e ocorrência de lesões na coluna lombar de equinos. Novos esforços se fazem urgentemente necessários para expandir a caracterização das lesões aqui demonstradas e propor medidas preventivas e terapêuticas específicas para a coluna vertebral que proporcionem maior efetividade na reabilitação e no bem-estar de equinos com laminite crônica.
Palavras-chave: equinos, laminite, coluna, ultrassonografia.
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