Mastocitomas são neoplasias cutâneas frequentes em cães, que apresentam comportamento biológico e prognóstico variável. A partir de avaliação clínica, características histopatológicas do tumor e linfonodo é possível determinar fatores prognósticos relacionados ao comportamento biológico, direcionando o tratamento. O objetivo deste trabalho foi avaliar a importância prognóstica do grau de comprometimento do linfonodo em cães com mastocitoma cutâneo, após a remoção cirúrgica do MCT primário e seus linfonodos regionais, analisando as taxas de sobrevida e os padrões de recorrência do tumor. Foram incluídos cães atendidos no Hospital Veterinário da Escola de Veterinária da UFMG (Brasil) e Veterinary Medical Centre, City University of Hong Kong (China), com mastocitoma cutâneo que foram submetidos a cirurgia com exérese do tumor e linfadenectomia, que foram ou não submetidos à quimioterapia adjuvante. Realizou-se a recuperação do prontuário médico para registro da raça, idade, sexo, peso, localização das lesões, tamanho das lesões, número de lesões, avaliação clínica do linfonodo, histórico de mastocitomas prévios, exames diagnósticos, tratamentos realizados e histórico de recorrência, intervalo livre de doença e sobrevida. O estadiamento clínico foi realizado conforme classificação TNM preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Posteriormente foram realizados cortes histológicos e graduação histopatológica seguindo os critérios de Patnaik (1984) e Kiupel et al. (2011), avaliando ainda margens cirúrgicas, extensão e distribuição predominante (cordão ou manto), contagem de células multinucleadas e figuras mitóticas. A avaliação dos linfonodos seguiu os critérios propostos por Weishaar et al. (2014). Um total de 42 cães foram incluídos no estudo, sendo 42,8% (18/42) sem raça definida e 57,2% (24/42) de raças variadas. Foi observado uma maior ocorrência dos tumores localizados em região de tronco 49% (24/49), membros 44,9% (22/49), seguido de locais com menor incidência 6,1% (3/49), como prepúcio (n=1), bolsa escrotal (n=1) e pina da orelha (n=1). Os 42 cães foram divididos em grupos de acordo com a classificação de Kiupel em baixo grau 71,4 % (30/42) e alto grau 28,6% (12/42), de acordo com o status nodal 40,5% (17/42) classificados como HN0, 14,3% (6/42) classificados como HN1, 14,3% (6/42) classificados como HN2 e 30,9% (13/42) classificados como HN3 e também agrupando o status nodal com a graduação histopatológica do tumor, nos grupos que tiveram 5 ou mais casos, como HN0 baixo grau 35,7% (15/42), HN1 baixo grau 11,9% (5/42), HN3 baixo grau 14,3% (6/42) e HN3 alto grau 16,7% (7/42). Os resultados indicaram que cães com mastocitoma cutâneo de alto grau e metástase no linfonodo HN3 tiveram menor tempo de sobrevida e intervalo livre de doença quando comparado com os outros grupos. Houve correlação positiva moderada entre a ocorrência de óbito e graduação histopatológica do tumor em alto grau de Kiupel e grau III de Patnaik (p=0,0093, rs=0,4455) e correlação positiva moderada também na ocorrência de óbito com a classificação da metástase no linfonodo (p=0,0094, rs=0,4211). Conclui-se que em cães portadores de mastocitoma cutâneo a avaliação do status metastático do linfonodo juntamente com a graduação histopatológica do tumor é importante para determinação prognóstica, melhor decisão terapêutica e para melhor controle da doença.
Palavras-chave: cão; neoplasias; linfonodo; metástase; mastócitos.
Titulares:
Dr.(a). Rodrigo dos Santos Horta (Orientador)
Dr.(a). Ayisa Rodrigues de Oliveira (Co-Orientadora)
Dr.(a). Gleidice Eunice Lavalle
Dr.(a). Felipe Augusto Ruiz Sueiro
Suplentes:
Dr.(a). Mariana de Pádua Costa
D | S | T | Q | Q | S | S |
---|---|---|---|---|---|---|
01 | 02 | 03 | 04 | 05 | ||
06 | 07 | 08 | 09 | 10 | 11 | 12 |
13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 |
20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 |
27 | 28 | 29 | 30 | 31 |