A injúria renal aguda (IRA) representa uma grande casuística na medicina veterinária e está associada à elevada mortalidade. Em humanos, sabe-se que os quadros de IRA podem levar a alterações hemostáticas, as quais podem aumentar o tempo de permanência do paciente em hospitalização e elevar a mortalidade. Entretanto, a ocorrência de distúrbios coagulatórios em cães com IRA ainda não é bem compreendida. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil hemostático de cães em IRA, devidamente estadiados e se esses pacientes apresentam distúrbios de hemostasia. Além disso, correlacionar as variáveis testadas com a intensidade da azotemia e com o risco de óbito. O estudo contou com 42 pacientes, sendo 14 no grupo controle, 14 no grupo IRIS III e 14 no grupo IRIS IV, de diferentes, sexos, raças e faixas etárias. Os marcadores hemostáticos testados foram Dímero-D, TP, TTPa, TT e fibrinogênio, sendo que foram comparados um kit para Dímero-D em humanos com um kit para cães. O Dímero-D e os demais marcadores hemostáticos apresentaram-se aumentados nos pacientes em IRA de estágios III e IV, porém não houve correlação entre esses marcadores e a intensidade da azotemia. Entretanto, o Dímero-D apresentou forte correlação positiva com as enzimas hepáticas e com a RPCU. Todos os marcadores hemostáticos testados apresentaram correlação positiva com o risco de óbito do paciente. Além disso, os dois testes para Dímero-D avaliados, foram eficazes e apresentaram correlação positiva. O aumento dos marcadores hemostáticos e Dímero-D e a correlação entre RPCU e Dímero-D, sugerem uma tendência ao estado de hipercoagulabilidade nos cães avaliados, com IRA em estágio III e IV. O Dímero-D apresentou forte correlação positiva com o risco de morte dos pacientes, evidenciando seu potencial como marcador de prognóstico.

Palavras-chave: injúria renal aguda; hemostasia; dímero-D.