A dermatite atópica canina é uma doença inflamatória crônica, pruriginosa, genética e incurável. Existem diversas terapias disponíveis para reduzir a inflamação e consequentemente fornecer qualidade de vida aos cães. Porém estas devem ser administradas, na maioria das vezes, de forma continua. Para tanto, a busca por terapias eficazes e com efeitos colaterais reduzidos a longo prazo se tornam fundamentais. Esse trabalho consistiu de duas etapas utilizando-se 13 cães com dermatite atópica. Na primeira, objetivou-se ampliar os estudos relacionados a imunopatogênese da dermatite atópica canina por meio da imunofenotipagem de leucócitos. Observou-se que cães atópicos apresentam valores significativamente maiores de linfócitos T (LT) CD4+ (p=0.002) e menores de LT CD8+ (p=0.002) e monócitos CD14 (p=0.009), resultando em valores significativamente superiores da razão CD4+/CD8+ (p=0.000). Além disso, após a dosagem de citocinas intracitoplasmáticas em cultura (IL-4 e IFN-γ) nos LT CD4+ e CD8+, foi observado aumento significativo nos cães com dermatite atópica. Após adição de Dermatophagoides farinae em cultura, observou-se aumento dos valores de IFN-γ produzidos pelos CD4+. Esses dados indicam que a imunopatogênese da dermatite atópica envolve resposta linfocitária do tipo 1 e tipo 2. No segundo experimento objetivou-se avaliar a eficácia e efeitos tóxicos da utilização prolongada do maleato de oclacitinib no controle da dermatite atópica canina. O maleato de oclacitinib foi capaz de reduzir significativamente o prurido (p=0.05), logo nos primeiros 14 dias de utilização (61% de redução), bem com as lesões de pele (p=0.000), indicando eficácia rápida e prolongada do fármaco. Os valores médios de hemograma e do perfil bioquímico sérico apresentaram-se dentro dos padrões de referência para o cão. A análise celular sérica por citometria de fluxo indicou um aumento significativo de LT CD4+ (p=0.002) e CD14 (p=0.001) e um comportamento razoalvemente constante da relação CD4+/CD8+ durante o curso de tratamento. Esses resultados indicam que o maleato de oclacitinib, na dose recomendada de bula, não ocasiona imunossupressão a longo prazo. Não foi observado efeito significativo do maleato de oclacitinib nos valores de citocinas IL-4 e IFN-γ produzidas pelos LT CD4+ e LT CD8+, dosadas após cultura celular. Esse estudo corrobora que a principal ação do fármaco é na inibição da sinalização das citocinas e não em sua produção.
Palavras-Chave: tratamento farmacologico, dermatologia, doenças do cão, toxicidade crônica, Janus quinases
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