A laminite destaca-se entre as doenças que acometem o aparelho locomotor. Apesar de ser uma doença multifatorial, o manejo nutricional ainda é visto como tendo papel crítico no surgimento da laminite. Porém, a relação entre a acidose ruminal com a laminite é questionada, por não haver ainda um esclarecimento de como a acidose ruminal poderia levar a alterações histológicas do casco. O nosso objetivo foi avaliar as alterações metabólicas causadas pelo consumo de dietas de confinamento em novilhos e possíveis alterações histológicas no casco e outros órgãos. Foram utilizados 16 novilhos da raça Holandês com peso vivo inicial médio de 250 + 25,5 Kg, separados em dois grupos que recebiam dietas com diferentes quantidades de amido, grupo AG (36,96% de amido) e BG (16,81% de amido), avaliados ao longo de 91 dias de confinamento. Parâmetros ruminais como pH do fluido ruminal e tempo de redução do azul de metileno foram avaliados, assim como parâmetros sanguíneos como glicose, insulina e IGF1. Foi realizado o teste de tolerância a glicose nos dias 0, 39 e 102. Foi realizada uma biópsia da junção dermo-epidérmica da região da muralha de todos os animais 40 dias antes do início do experimento, e após abate, amostras das junções dermo-epidérmicas das regiões de muralha e sola do casco foram obtidas e processadas histologicamente por coloração HE e PAS. Foram avaliados a hemorragia, infiltrado inflamatório, shunt arteriovenoso na derme. A morfologia, comprimento e largura das laminas epidérmicas, e a morfologia das células epidérmicas, presença de irregularidades na membrana basal foram examinadas por coloração PAS. A dieta de alto grão reduziu o tempo de alimentação e ruminação dos animais, diminuiu o pH do fluido ruminal e o tempo de redução do azul de metileno. Em metade dos animais do grupo, a dieta de alto grão provocou alterações histológicas compatíveis com acidose ruminal como degeneração hidrópica multifocal discreta e microabscessos intraepiteliais. A área sob a curva (AUC) da glicose não diferiu entre os grupos nos TTG. As dietas de confinamento tiveram maior AUC de insulina durante TTG ao final do experimento D 102. As duas dietas de confinamento aumentaram os níveis de IGF-1 dos animais, sendo que o grupo AG teve maior incremento. As dietas de confinamento foram capazes de reduzir o comprimento e largura das lâminas epidermais. O grupo AG aumentaou o comprimento da paraqueratose no tecido laminar. Apesar do fato de que houve alterações histológicas nos cascos, não houve diferença significativas entre as dietas com diferentes inclusões de amido. Apesar de não ter diferença entre os grupos, a alteração no formato das laminas epidermais mais presente foi o franjeamento. O aumento de IGF1 e o aumento da AUC de insulina, provocado pelas dietas de confinamento, pode ter favorecido o encurtamento das lâminas epidermais do tecido laminar com desaparecimento do eixo queratinizado com a proliferação de células nucleadas entre o tecido lamelar e o início da camada córnea que supostamente não deveria existir (paraqueratose), reduzindo a estabilidade e qualidade do tecido lamelar. Futuros estudos commenor tempo de adaptação, maior tempo de desafio com a dieta com maior inclusão de amido, e/ou tornando mais diversificadas as dietas de diferentes grupos, analisando os níveis de IGF-1 devem ser conduzidos para investigar a relação entre acidose ruminal subclínica, alterações metabólicas e alterações histológicas de casco.
Palavras chave: Laminite, IGF-1 casco, lâmina epidermal, bovinos
D | S | T | Q | Q | S | S |
---|---|---|---|---|---|---|
01 | 02 | 03 | 04 | 05 | ||
06 | 07 | 08 | 09 | 10 | 11 | 12 |
13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 |
20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 |
27 | 28 | 29 | 30 | 31 |