Nas últimas décadas a Medicina Veterinária de Animais de Companhia vem evoluindo e junto a essa evolução o conceito de saúde incorporou o benefício incalculável que a relação amiga com um animal traz ao ser humano. Já foi dito que “ não só de pão vive o homem” e, neste momento, estas palavras ganham eco. Este eco é manifesto em muitos tratamentos bem sucedidos de processos depressivos, anormalidades emocionais e mentais utilizando os animais de companhia, principalmente cães e gatos. Associado a isso, a importância na saúde pública e segurança da sociedade, por meio dos poderosos e inteligentes cães que combatem a marginalidade e protegem as casa. A sociedade nas últimas décadas vem buscando cada vez mais ter um cão ou um gato em seu seio familiar. Raras são as famílias brasileiras que não convivem com um animal de estimação. Alguns os têm como protetores, mantendo-os nos jardins ou em sítios, e outras os levam para dentro dos domicílios, tornando mais íntima a relação. Com isso, a população de animais de estimação na sociedade brasileira vem crescendo substancialmente. Por sua vez, a medicina veterinária especializada vem crescendo na mesma intensidade. Em relação às especialidades que a medicina veterinária possui hoje, temos uma que confronta com o risco imediato de vida, a medicina de urgência. Na sociedade urbanizada e com a maior longevidade dos animais de estimação, não são poucos os casos de atropelamento e traumas motivados por várias razões, além de distúrbios agudos que põem em risco iminente a vida dos animais. O veterinário precisa estar preparado para tais situações. O socorro imediato, se bem feito, pode salvar a vida e garantir o bem estar com os humanos envolvidos. É necessário que o Médico Veterinário e sua equipe estejam preparados para atender uma emergência. Assim, para receber um paciente crítico é preciso unir rapidez e eficiência. O treinamento exaustivo e o conhecimento adquirido pode ser a fórmula para o sucesso na medicina de emergência, em alguns casos até suportando a falta de equipamentos e de uma estrutura adequada. Mas várias são as dificuldades a serem vencidas. O que é o que faz um veterinário intensivista? É o plantonista? É o veterinário do canil? É o anestesista? Com certeza o intensivista é aquele veterinário que tenta prever o trágico, que busca caminhos para vencer a morte, que faz de tudo para que a saúde do doente grave seja restabelecida, aquele que sabe que não há limites para o cuidado intensivo. Além disso, segundo Artigo 13, resolução 714 do Conselho Federal de Medicina Veterinário, é vedado ao Médico Veterinário afastar-se de suas atividades profissionais sem deixar outro colega para substituí-lo em atividades essenciais e ou exclusivas que exijam a presença do Médico Veterinário, as quais causem riscos diretos ou indiretos à saúde animal. Para tal, deve-se buscar a formação de médicos veterinários intensivistas desde a graduação. O Hospital Veterinário da Escola de Veterinária da UFMG vem funcionando como o principal laboratório de formação profissional dos discentes do curso de Medicina Veterinária. É um órgão onde são desenvolvidas atividades de ensino, pesquisa e extensão, visando à qualificação profissional, à saúde e o bem-estar animal, e o apoio à comunidade local e regional. Assim, este hospital e a UFMG, com seus professores e alunos, assumem papel de relevante importância no apoio e assistência à comunidade local. Portanto, o bolsista de extensão em Terapia Intensiva Veterinária contribuirá por meio da realização de diversos tipos de procedimentos intensivistas, como no caso de internação de animais de companhia que necessitam de cuidados especiais, para a melhoria da qualidade de vida dos animais e do homem.
Coordenadora: Patricia Maria Coletto Freitas (DCCV)