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Projeto

Projeto Castração – Controle populacional de cães e gatos de população socioeconômica carente e de animais resgatados na grande Belo Horizonte-MG

A superpopulação de cães e gatos abandonados em centros urbanos como ocorre em Belo Horizonte é uma situação insustentável e que necessita de ações sérias e imediatas. Animais sem domicílio e abandonados nas vias públicas provocam situações indesejáveis como transmissão de doenças (zoonoses), acidentes de trânsito, agressões a seres humanos, animais maltratados e abandonados, dentre outras que caracterizam situações impactantes na saúde pública. Baixas condições sócio-econômico-culturais das comunidades, aliadas à falta de políticas públicas efetivas no controle populacional canino e felino contribuem significativamente para o estabelecimento dessa situação de risco para o homem e desumana para os animais. A política pública de captura e extermínio de animais antigamente adotada pelos Centros de Controle de Zoonoses de Belo Horizonte é ainda realizada em outros municípios de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais é considerada desumana, é rejeitada pela sociedade e mostra-se ineficaz no controle populacional de cães e gatos. Propostas de controle populacional com enfoque mais ético, baseadas na educação da comunidade e castração dos animais são necessárias e já são realizadas em vários municípios brasileiros, tanto por questões de saúde pública como pelo bem estar dos animais.

O Projeto de castração e controle populacional de cães e gatos de população sócio-econômica carente e de animais resgatados na grande Belo Horizonte-MG, criado em 2012, tem um enfoque de saúde pública aliado ao bem estar e saúde animal. As atividades contam com a participação de alunos de graduação e pós-graduação em todas as etapas que compreendem a triagem de animais e proprietários, processo educativo e de conscientização da comunidade quando aos cuidados com seus animais, clínica dos animais e cuidados sanitários dos mesmos e a castração como um importante instrumento de controle populacional.

O objetivo do projeto é trabalhar, no meio acadêmico, questões como controle populacional de animais da população de baixa renda, castração, guarda responsável, zoonoses, saúde pública e atendimento clínico-cirúrgico. Implantar no Hospital Veterinário/UFMG, um programa contínuo de castração de cães e gatos provenientes de população de baixa renda, animais em situação de abandono e resgatados e de ONGs, havendo a participação direta de estudantes da graduação e pós-graduação em todas as etapas do projeto.

Até dezembro de 2022 foram castrados 530 animais (110 cães, 287 cadelas, 43 gatos e 90 gatas) com a participação de residentes da cirurgia e da anestesia, alunos de graduação e estagiários. Esses animais na sua maioria foram resgatados e trazidos para castração por protetores independentes. Alguns são de tutores co-carência sócio-econômica. 

Atualmente, o Projeto Castração continua em atividade e atende aproximadamente 600 animais por ano. Após a suspensão das atividades durante a pandemia da Covid-19, o projeto passou a funcionar em um formato diferente. Os atendimentos das cirurgias de castração estão sendo direcionados para animais resgatados, protetores de animais e tutores carentes que já são cadastrados junto à coordenação do Projeto e não há previsão de abertura de vagas para o público em geral.

É importante enfatizar algumas questões que motivaram este trabalho:

  • Evidente valorização dos animais de companhia e estreita relação homem-animal na atualidade;
  • Grande população de cães (32 milhões) e gatos (16 milhões) no Brasil;
  • Superpopulação de animais abandonados e procriação descontrolada;
  • Preocupação com o bem-estar dos animais que são vitimas de maus tratos e violência;
  • A captura e extermínio de animais abandonados, além de ser considerada uma política desumana e rejeitada por vários segmentos da sociedade, é proibida por lei e mostrou-se totalmente ineficaz para o controle populacional de cães e gatos;
  • Controle populacional de cães e gatos, com enfoque mais ético com propostas pautadas em métodos mais humanitários;
  • As instituições de ensino em medicina veterinária podem trazer grande contribuição aos programas de castração e controle reprodutivo através do envolvimento de sua comunidade acadêmica.

As castrações são realizadas no Hospital Veterinário da UFMG e seguem um rigoroso padrão de qualidade. Os animais favorecidos pelo Projeto recebem o mesmo tratamento daqueles que usufruem do serviço particular. São utilizados os mesmos materiais, mesmos procedimentos cirúrgicos e anestésicos, além dos exames de sangue para o risco cirúrgico que consiste na avaliação da situação pré-operatória dos animais.

A castração possui muitos benefícios, e pode-se destacar: o controle da população de animais e zoonoses, a prevenção de doenças em cães e gatos e a diminuição da fuga de animais para a rua para acasalar. O número de animais abandonados e que vivem nas ruas chega à casa dos milhões no Brasil, o que é alarmante. O Projeto Castração acredita que existam formas humanitárias de controlar o crescimento dessa população e, sem dúvida, “a castração juntamente com ações educativas tem um papel muito relevante”, acrescenta a professora Christina. Destaca-se que o projeto vem orientando a comunidade sobre a guarda responsável de animais no sentido de acabar com graves situações como abandono de animais, maus-tratos e violência para com animais, animais domiciliados que vivem nas ruas, atropelamento, dentre outras.

Além disso, com a retirada dos testículos, nos machos, e dos ovários e útero, nas fêmeas, várias doenças são prevenidas como doenças uterinas, ovarianas e testiculares, assim como tumores, alguns tipos de hérnia e doenças da fase adulta e senil. A marcação de território e agressividade podem também diminuir nos machos.

A falta de informação normalmente faz com que os proprietários acreditem que o animal irá sofrer durante e após a cirurgia. Porém, como comenta a professora Christina, “o animal é submetido à castração sob anestesia geral e, na alta hospitalar, recebe toda a prescrição de medicamentos necessários para controle de dor”. Além disso, devido à execução do risco cirúrgico, em alguns casos a cirurgia é adiada devido à alguma alteração importante no exame. Desse modo, a castração traz muitos benefícios tanto para o animal quanto para seu proprietário e toda a sociedade.

  • Contatos
    • Telefone
      • (31) 3409-2235

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      • cmalm@ufmg.br

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    • Em atividade
      • Sim

    • Equipe do Projeto
      • Coordenador: Christina Malm – cmalm@ufmg.br ou malm@vet.ufmg.br

        Colaborador: Aline Hallais França Dias – ahfdias@gmail.com

        Colaborador:  Amanda Resende Wanzellott – amandawanzellott@gmail.com

        Colaborador: Carolina Lago Biscoto – carolbiscoto07@gmail.com

        Colaborador: Emily Cheryl Henrique Braga – adriane@ufmg.br

        Colaborador: Giuly Cristina Rodrigues de Melo Botti – gcrmbotti@gmail.com

        Colaborador: Jhonatan de Andrade Caetano – jhonatandeandradecaetano@gmail.com

        Colaborador: Julia Fernandes Pedro – jujupedro8@gmail.com

        Colaborador: Júlia Lara Guimarães – julia.mrez@gmail.com

        Colaborador: Luíza Bortolotti de Carvalho – bortolottiluiza@gmail.com

        Colaborador: Nayara da Silva Ribeiro – nayasilri@gmail.com

        Colaborador: Ranielle Stephanie Toledo Santana – raniste@ufmg.br

        Colaborador: Suzane Lilian Beier – suzanelb@ufmg.br ou suzanelb@yahoo.com.br

        Colaborador: Talita Nunes – talitanunes92@gmail.com

        Colaborador: Oscar Henriques Rocha Ladeira – oscar@veterinaria.com.br

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