A existência de animais domésticos errantes, sem tutor e carentes de cuidados básicos, é um grande desafio para a gestão das cidades e para a manutenção de condições de saúde pública adequadas, pois favorece a disseminação de doenças ao homem e a outros animais, ameaça a fauna local, gera barulho e sujeira, além de ser prejudicial ao bem-estar dos indivíduos abandonados. No que concerne o bem-estar animal e a saúde única, é também importante a vigilância da fauna silvestre, que muitas vezes é exposta a situações de perigo pela ação humana e degradação de seu ambiente natural, e que igualmente pode estar associada à disseminação de doenças. Todas essas questões se fazem presentes nos campi universitários.
O abandono de animais no campus Pampulha da UFMG é recorrente há alguns anos. Diversas iniciativas já ocorreram na tentativa de minimizar os problemas relacionados a tal situação, entretanto aparentemente tiveram resultados pontuais por não terem sido aplicadas de forma sistematizada e integrada em todo o campus. A UFMG possui estrutura e corpo técnico científico qualificado para realizar as ações dessa forma, porém parece não haver ainda organização e apoio institucionais suficientes. Recentemente, após a posse do novo Reitorado em 2018, esta situação recebeu maior atenção institucional, com o estabelecimento de uma Comissão para tratar do assunto no campus – um dos membros desta comissão compõe a equipe do projeto.
Este projeto busca auxiliar a institucionalização do gerenciamento populacional de animais domésticos errantes e a vigilância da fauna silvestre no campus da UFMG, tendo como alvo a Escola de Veterinária. Sendo assim, o projeto pretende viabilizar o manejo ético dos animais e estabelecer protocolos sistematizados para que isso seja feito. Para isso entendemos que além de adotar a técnica de captura-esterilização-devolução, também conhecida como captura-esterilização-soltura, é fundamental conscientizar, sensibilizar e mobilizar a comunidade acadêmica e a comunidade externa à UFMG em relação ao problema de abandono de animais. Dessa forma o projeto também irá atuar produzindo material educativo, em diferentes formatos, e divulgando este material de forma ampla para toda a sociedade.
A coordenação do projeto é composta por veterinárias docentes e pesquisadoras; além de técnicas administrativas pós-graduadas, atuantes no gerenciamento ambiental e de biossegurança, e na área de comunicação; e estudantes de graduação, pós-graduação e residentes com interesse no tema. A equipe elaborou a proposta visando atender demandas da própria comunidade interna, bem como manter o status de referência da UFMG na aplicação de conhecimentos técnico-científicos capazes de amparar políticas públicas mais efetivas. Diante do exposto, ressaltamos a importância de bolsas que possam apoiar o projeto e viabilizar a atuação de alunos de graduação e pós-graduação. Iremos viabilizar as condições de Manejo Ético Populacional de Animais Domésticos Errantes e Vigilância da Fauna Silvestre na Escola de Veterinária da UFMG, como referência para a expansão às demais unidades do Campus Pampulha da UFMG. Espera-se que este projeto resulte em Programa Integrado, em parceria com todas as unidades, bem como com a Administração Central da universidade e suas políticas de desenvolvimento institucional.
Foram realizadas diversas reuniões entre a equipe, bem como com as direções de unidades da UFMG (divulgação do trabalho e captação de voluntários locais), e a Comissão Permanente de Política de Animais nos Campi (da Reitoria). Estudantes voluntários e da residência em veterinária participaram das atividades e elaboraram trabalhos relacionados ao projeto, desenvolvendo competências voltadas para a saúde pública e o controle de zoonoses. A parceria com o Hospital Veterinário da UFMG (Projeto Castração) possibilitou a castração de animais do campus a partir de recursos cedidos pela Reitoria. Período: Junho de 2019 a Agosto de 2020
CÃES
20 cadastrados (2 fêmeas; 13 machos; 5 sem sexo identificado); 4 castrados pelo HV-UFMG (3 fêmeas, 1 macho).
GATOS
21 cadastrados (11 fêmeas; 6 machos; 4 sem sexo identificado); 29 castrados pelo HV-UFMG (17 fêmeas, 12 machos).