O projeto “AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO E SAÚDE ” se constitui em um trabalho de extensão da Escola de Veterinária da UFMG, objetivando a pesquisa de substâncias tóxicas (diagnóstico clínico e ambiental), e consequente educação da comunidade urbana e rural (produtores rurais, pescadores, etc) para os períodos de carência, toxicidade, manipulação e descarte adequado destas substâncias. O projeto atende o estado de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais e, esporadicamente, outros estados, sob supervisão da Profa. Marília Martins Melo. Esta atividade teve início em 1993, no Laboratório de Toxicologia, com a realização dos exames laboratoriais e esclarecimento para a população sobre o risco, perigos dos principais poluentes e vem crescendo a cada dia, com o envolvimento de outras instituições como a Secretaria de Saude (Zoonoses), Instituto Mineiro de Agropecuária e Instituto Estadual de Florestas (análise da água e peixes).
As características epidemiológicas, o diagnóstico e a análise dos problemas e propostas viáveis para correção desses fazem parte das atividades diárias, atendendo a diferentes comunidades.
Diante deste contexto, para o crescimento deste trabalho, é necessário a integração de alunos da graduação, que certamente irão colocar em prática as teorias vivenciadas no curso junto a população, além do desenvolvimento pessoal. Também o contato com outros profissionais de órgãos públicos (Zoonose, IEF e IMA) permite uma visão das políticas públicas e sociais, fornecendo uma visão global da medicina-veterinária.
JUSTIFICATIVA
Os agrotóxicos e rodenticidas são substâncias que apresentam ação fisiológica sobre organismos vivos impedindo o seu desenvolvimento, ou mesmo levando a morte, são responsáveis pela maioria das intoxicações acidentais ou intencionais na Medicina Veterinária. Para o correto diagnóstico toxicológico, deve-se fazer a avaliação cuidadosa do histórico clínico, verificando grau, natureza e tempo de exposição ao pesticida, além de fatores predisponentes. Vários agrotóxicos podem ser pesquisados por técnicas de cromatografia (delgada, gasosa e líquida).
Considera-se metal tóxico todo aquele que pertence a um grupo de elementos que não possui características benéficas e nem essenciais para o organismo vivo, produzindo efeitos danosos para as funções metabólicas normais, mesmo quando presentes em quantidades traços. Todavia, metais essenciais, por sua vez, podem tornar-se nocivos ao organismo quando ingeridos através de alimentos em quantidades muito acima das nutricionalmente desejáveis, ou quando ocorra uma exposição por outras vias que não a oral. No organismo humano, a maioria dos metais essenciais ou não-essenciais, é proveniente da dieta, não obstante nem todo metal ingerido é retido pelo organismo, podendo ser eliminado pelas fezes, urina, suor e outros.
A maior parte dos metais encontrados no organismo animal, quer sejam essenciais ou não-essenciais, apresenta alta reatividade química e atividade biológica, particularmente na forma de íons, radicais ou complexos orgânicos. Como tal pode ser potencialmente de alto risco, dependendo da quantidade ingerida e das outras condições associadas à exposição (tempo e freqüência da exposição e suscetibilidade do organismo exposto). Vários metais podem ser pesquisados por potenciometria, absorção atômica, ICP-plasma, dentre outras técnicas.
Diante do exposto, é imperativo a confirmação da presença de uma substância tóxica, seja do grupo dos pesticidas ou dos metais pesados nos animais domésticos ou em seus alimentos e água esclarecendo para a população seus perigos, fontes de contaminação, tratamento e prevenção. Desejamos promover a integração Universidade–Comunidade, a partir da realidade das intoxicações que ocorrem de forma acidental e/ou intencional, apresentando sugestões para melhorias e correções de problemas urbanos, rurais e ambientais gerados pela indiscriminada utilização de substâncias tóxicas nos animais e no meio ambiente (agricultura, industrias, dejetos urbanos).