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Projeto

Ações de combate à epidemia de esporotricose

Esporotricose é uma infecção micótica de tecidos cutâneos e subcutâneos causada por fungos do complexo Sporothrix, que compreende pelo menos seis espécies. A doença pode ocorrer em humanos e em várias espécies animais, principalmente gatos, equinos e cães. A forma cutânea é a mais comumente relatada em gatos, tendo como sinais clínicos nódulos firmes, únicos ou múltiplos, áreas crostosas e alopécicas ou ainda placas ulceradas com bordas elevadas e secreção. Nessa espécie, as lesões ocorrem em extremidades de membros, cauda e cabeça, especialmente na ponta do nariz e pina, mas podem afetar qualquer parte do corpo. Já em humanos, a doença é oportunista, pois as formas mais graves ocorrem em pacientes com sistema imunológico comprometido pelo uso de drogas imunossupressoras e em portadores do HIV (vírus da imunodeficiência humana).
A afecção, conhecida tradicionalmente como “doença do jardineiro”, é considerada um risco ocupacional para pessoas que lidam com plantas, solo ou materiais vegetais, já que a transmissão clássica ocorre por meio da inoculação do fungo através de perfuração por espinhos ou lascas de madeira.
Entretanto, há alguns anos, está havendo uma mudança no perfil de transmissão e a esporotricose está ocorrendo de forma zoonótica, através de mordidas e arranhões de animais em ambiente domiciliar. Nesse caso, o principal transmissor é o gato, cada vez mais presente como animal de companhia, por carregar o agente nas unhas e na cavidade oral, além de possuir grande quantidade de leveduras nas lesões se comparado aos outros animais. De acordo com o censo animal 2016 de Belo Horizonte, a Regional Barreiro possui cerca de 11.865 gatos domiciliados ou semidomiciliados, número três vezes maior que o encontrado em 2007. O número de cães, por outro lado, permaneceu estável de 2007 a 2016.
Os rumores sobre a ocorrência da esporotricose em Belo Horizonte começaram no segundo semestre de 2015, por meio de contatos telefônicos de munícipes da área de abrangência do Centro de Saúde Milionários para a Gerência de Controle de Zoonoses do Distrito Sanitário do Barreiro (GERCZO-B), informando sobre a “ocorrência da doença da arranhadura do gato”.
Posteriormente, foi registrado na área de abrangência do Centro de Saúde Diamante/Teixeira Dias o primeiro caso humano de esporotricose, através de registro clínico, com possível transmissão zoonótica vinculada a um gato suspeito. Segundo descrição do paciente, o animal apresentava características semelhantes à esporotricose felina, mas não foi possível realizar o diagnóstico, pois o animal veio a óbito e a carcaça foi descartada em terreno baldio.
A doença mostrou-se crescente a partir de então, com diversos registros no Distrito Sanitário Barreiro, totalizando até o mês de junho/2017 27 casos humanos confirmados e 14 casos felinos com diagnóstico laboratorial feito pela EV/UFMG.
Desde 2015 começaram a surgir casos suspeitos de animais com esporotricose em Belo Horizonte, os quais tornaram-se mais visíveis em 2016. Das nove Regionais do município, a Regional Barreiro foi a primeira a emitir o alerta para o nível central e a que aparentemente apresenta o maior número de casos. O município, até então, não possui sistema de vigilância da doença, bem como políticas públicas para contenção dos casos e preservação de impactos à saúde pública e à comunidade do entorno.
Por se tratar de uma zoonose emergente em Belo Horizonte, mostra-se necessário realizar ações de enfrentamento da doença para impedir que alcance níveis epidêmicos, como ocorre no estado do Rio de Janeiro. Essas ações incluem o diagnóstico de situação no município, a busca ativa na Regional Barreiro (a qual parece concentrar o maior número de casos animais) e a orientação quanto à melhor destinação das carcaças, responsáveis pela contaminação do solo. Faz-se necessário também a instituição de protocolos terapêuticos em estudo piloto nessa Regional, a fim verificar viabilidade e efetividade do tratamento. O objetivo deste projeto é caracterizar a ocorrência de esporotricose em animais no município de Belo Horizonte, visando o mapeamento dos casos e a orientação do serviço de controle de zoonoses para possíveis intervenções de controle e adoção de medidas preventivas eficazes, diante do risco de maior incidência dessa zoonose. Foram capacitados até o momento profissionais de diversas áreas (médicos, médicos veterinários, biólogos, estudantes, protetores de animais, gestores) de 111 municípios de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais por meio do projeto.

 

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      • Coordenador: Danielle Ferreira De Magalhaes Soares  – daniellef@ufmg.br ou danifm1@yahoo.com.br

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        Co-coordenador Camilla Stefanie Fonseca De Oliveira – camilasfo@ufmg.br

        Colaborador Giovanna Pietra Amaral Silvino – giovannapietra@ufmg.br

        Colaborador Maria Isabel De Azevedo – isabelazevedo@ufmg.br

        Colaborador Roselene Ecco – eccoro@ufmg.br

        Colaborador Bianca Moreira De Souza – bia.vetfelinos@gmail.com

        Colaborador Brenda Oliveira Matias – brenda.matias@pbh.gov.br

        Colaborador Eduardo Viana Vieira Gusmão – eduardogusmao@pbh.gov.br

        Colaborador Gustavo Canesso Bicalho – gustavocanesso@gmail.com

        Colaborador Maria Helena Franco Morais – mhfmorais@yahoo.com.br

        Colaborador Yara De Freitas Oliveira  yara.freitas_oliveira@hotmail.com

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