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Notícia

Saiba como se prevenir dos ataques de escorpiões

Recentemente, houve relatos do aparecimento de escorpiões na Escola de Veterinária e no campus da UFMG como um todo. As medidas de controle ambiental são as mais importantes, uma vez que as condições de temperatura nesta época do ano favorecem a reprodução destes animais.

Os escorpiões predominam nas áreas tropicais e subtropicais, com maior incidência nos períodos chuvosos e de altas temperaturas. No Brasil, as quatro principais espécies para a Saúde Pública são: escorpião-amarelo (Tityus serrulatus); escorpião-marrom (T. bahiensis); escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) e escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus). Dentre elas, há uma atenção especial para o escorpião-amarelo, uma vez que é a espécie que mais causa acidentes no país devido à sua facilidade em se reproduzir e colonizar novos ambientes, se tornando cada vez mais um problema urbano. Essa espécie é mais comum em todas as regiões do Brasil, exceto a Norte. 

O escorpião-amarelo, que mede até 7 cm, é o responsável pela maioria dos ataques.

Segundo o Ministério da Saúde, não existe um único fator que explique o aumento da população de escorpiões no país, mas certamente o aumento da temperatura global influenciou nesse processo. Outro fator importante é o crescimento desordenado das cidades, aumentando a quantidade de lixo, e consequentemente, de baratas. Como elas são o alimento dos escorpiões, a população do aracnídeo também aumenta.

Além de disso, a fêmea não precisa do macho para se reproduzir, uma vez que ela consegue entrar em um processo chamado “partenogênese”.

Crianças, trabalhadores da construção civil e pessoas que permanecem grandes períodos em casa fazem parte do grupo mais vulnerável aos ataques desses animais. Para de prevenir das picadas, é importante manter jardins e quintas limpos, sem o acúmulo de materiais (como entulho, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção), com a grama aparada e evitar folhagens densas perto de paredes e muros de casas. É recomendável sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, já que escorpiões (e aranhas) podem se esconder nesses locais e picarem ao serem comprimidos contra o corpo. Também não coloque a mão em troncos podres, buracos ou sob pedras e mantenha camas e berços a uma distância de no mínimo 10 centímetros da parede.

Escorpiões são animais de hábitos noturnos, então pode-se evitar ataques vedando a soleira de portas e janelas ao anoitecer, assim como frestas e buracos nas paredes. A proliferação de insetos deve ser combatida, pois eles podem ser alimentos desses animais. Os predadores naturais dos escorpiões devem ser preservados, como aves de hábito noturno (coruja e joão-bobo, por exemplo), lagartos e sapos.

O uso de veneno não é indicado, uma vez que não existe um específico para os escorpiões. Como eles possuem um exoesqueleto, o veneno não surte tanto efeitos nesses animais, deixando-os no máximo tontos e fazendo-os se deslocarem temporariamente.

Os sintomas na maioria dos acidentes são de efeito rápido e limitado. Os adultos podem apresentar vermelhidão na área picada, dor imediata, leve inchaço e suor excessivo. Nesses casos, a duração dos sintomas é de algumas horas e não requer soroterapia. Nos mais graves, pode ocorrer taquicardia, hipertensão, agitação psicomotora e sudorese profunda.

Em crianças menores de 7 anos as chances de sintomas como vômitos e diarreias aparecerem são maiores, principalmente se forem picadas pelo escorpião-amarelo, que pode evoluir para um quadro mais grave e requer soroterapia.

Sonolência, náuseas e vômitos são indicativos de que o quadro está evoluindo e será necessário um tratamento mais adequado. Em Belo Horizonte o Hospital de referência para utilização de soro antiescorpiano é o Hospital João XXIII. Para a lista completa em todo o país, acesse o site.

O Ministério da Saúde adverte que o soro antiescopiano só é usado em casos mais graves, nos moderados ou leves é aplicado um antiveneno. Apenas um profissional de saúde pode fazer esse tipo de avaliação.

Em caso de acidente, limpe o local com água e sabão e aplique uma compressa de água morna. Após esses processos, procure orientação imediata no local mais próximo, como em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), postos de saúde ou no hospital de referência da região. Se possível, é recomendável que se capture e leve o animal ao serviço de saúde, ou então que se tire uma foto dele, permitindo uma avaliação mais eficaz.

Não se deve amarrar o local ou fazer torniquetes, assim como não cortar, perfurar ou queimar o local. Também não faça curativos ou passe substâncias sobre o local (como fezes, urina, álcool, querosene, fumo, ervas, etc), pois isso favorece infecções.

Entretanto, não é só na UFMG que houve aumento dos casos de picadas por escorpiões. Em 2016, foram registrados mais de 91 mil casos no país, com 120 mortes. Já em 2017, os números subiram pra 124 mil casos e 143 mortes (uma alta de 36% e 19%, respectivamente).  No último ano, 2018, foram registrados mais de 141 mil casos (aumento de 11,5% em relação à 2017). O número de mortos ainda não foi divulgado pois ele é calculado depois de 2 anos do ano de referência.

Pensando nisso, o Ministério da Saúde fez uma parceria com o Instituto Butantan para produção de vídeos educativos sobre os escorpiões, no formato de vídeo-aulas. O público são os agentes de saúde e a população em geral, visando a vigilância, prevenção e assistência de pacientes.  É previsto que o projeto seja iniciado esse ano.

 

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