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Notícia

Próximo de completar 20 anos, projeto Unileite já atendeu cerca de 300 fazendas

O projeto de extensão Unileite (Melhoria da qualidade do leite, controle de mastite e otimização na criação de bezerras), que já atendeu 300 fazendas, em 34 municípios mineiros, fará 20 anos em 2022. O projeto é coordenado pelo prof. Lívio Molina, do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias (DCCV) da Escola de Veterinária da UFMG. Atualmente, o Unileite está prestando assistência a 08 fazendas na região de Pompéu-MG.

 

O coordenador, ao explicar sobre a importância do Unileite para a sociedade, afirma que o consumo de leite não-pasteurizado sem inspeção pode provocar diversos danos à saúde. “Em um episódio ocorrido, em uma cidade pequena no sudoeste de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais , o consumo de leite não-pasteurizado, produzido por uma empresa não autorizada pelos órgãos de fiscalização de alimentos, resultou na ocorrência de 400 casos de nefrite e faringite que culminaram na internação de um enorme número de pessoas, além de quatro óbitos. Portanto, a qualidade do leite comprometida é, também, um grande problema de saúde pública”.

 

O Unileite abre o seu processo seletivo para novos integrantes duas vezes ao ano, sendo necessário que o aluno esteja entre 4° e 8° período do curso de Veterinária. O grupo de pesquisa procura promover e disseminar o uso do Plano Compreensivo de Controle de Mastite, inflamação causada nos tecidos da mama, e Melhora da Qualidade de Leite em propriedades rurais.

 

 

 

Ex-participantes do projeto

Ex-integrantes relembram com grande alegria as experiências vivenciadas, enquanto participavam do projeto. Felipe Zanforlin, consultor da empresa Evoluir saúde do leite, membro do Uniliete em 2007, conta como o projeto auxiliou no seu entendimento sobre como é ser um verdadeiro profissional. “Fazer parte desse projeto e viver tamanha experiência foram cruciais para a minha entrada no mercado de trabalho. Além disso, para entender que estamos sempre nos superando, a fim de ser uma pessoa mais íntegra e um profissional que seja capaz de ajudar outras pessoas”, afirma.

Andréa Maia, também consultora da empresa Evoluir saúde do leite, explica que os três anos no projeto, durante os anos de 2015, 2016 e 2017, foram essenciais para a sua evolução, como profissional e ser humano. “Unileite foi parte da minha vida, da minha evolução e do que me tornei hoje. Sou grata ao meu grande amigo Lívio, pela excelente e única oportunidade, e aos meus colegas, que caminharam comigo”, assegura.

Hilton Diniz, que hoje é coordenador técnico comercial da Cargill, uma das maiores multinacionais em nutrição animal, se emociona ao falar sobre os três anos, entre 2013 e 2016, que atuou no projeto. “Falar do Unileite é algo extremamente gratificante e, até mesmo, emocionante, ao relembrar todas as histórias. A oportunidade de vivenciar o mercado de trabalho ainda na graduação foi essencial para o meu crescimento pessoal, sobretudo, profissional”, explica.

Equipe Unileite

A rotina dos alunos é repleta de atividades e responsabilidades. Além das reuniões semanais, aprendizado de Inglês Instrumental e discussão de artigos, um final de semana por mês é dedicado às visitas nas propriedades escolhidas. Essas são selecionadas no início de um ciclo, que tem a duração de um ano. Na pesquisa de campo são acompanhadas a rotina de ordenha e realizadas as avaliações dos animais, do ambiente, apresentação de relatórios, reuniões e treinamentos com proprietários e colaboradores.

 

 

Os alunos, que, atualmente, são coordenadores de equipe no projeto, Bryan Mattos Prado e Marina Ferreira Borges, do 8° e do 9° período, respectivamente, contam sobre as experiências vivenciadas no Unileite. “O aprendizado técnico sobre a qualidade do leite, o controle de mastite e a criação de bezerras agregam na formação do profissional que busca trabalhar na área, mas, sem dúvidas, o conhecimento sobre habilidades interpessoais é o mais significativo. Essas, como a comunicação, postura profissional em diversas ações, empatia, cooperação, pontualidade e disciplina são as mais prezadas pelo projeto”, afirma Bryan.

 

 

“Ao encerrar os ciclos, sempre entregamos certificados aos produtores participantes. Certa vez, um deles ficou bastante emocionado quando recebeu o certificado de conclusão do treinamento. Isso é importante, pois os ordenhadores podem ver como a sua função é muito importante e reconhecida. É aí que existe o empenho para a melhoria do leite”, assegura Marina.

 


Os dois estudantes explicam que o Unileite, além de colaborar com o desenvolvimento das habilidades imprescindíveis para atuar no mercado de trabalho, permite criar, ao longo do tempo, uma rede de network. Isso pode ser feito tanto com antigos membros — que serão futuros colegas de trabalho ou estão realizando algum processo seletivo — quanto com as pessoas que estão nas fazendas e em outras empresas.

Bryan conta que, em qualquer situação, todos se mantêm firmes, mesmo em episódios cômicos, por exemplo, quando os carros atolaram em uma das viagens. “Existe uma energia no projeto que nada nos abala e não nos permite desistir. Sempre sabemos que podemos contar com quem está do nosso lado, o nível de confiança criado a partir do respeito e da cooperação é inspirador”.

 


Unileite e a Pandemia

Devido ao isolamento social, provocado pelo novo coronavírus, diversas atividades na UFMG foram interrompidas e tiveram que adotar a modalidade do ensino remoto (ERE). O mesmo ocorreu com o Projeto Unileite, pois, como não podiam realizar as visitas presenciais nas fazendas, foi necessário se adequar à situação. Algumas medidas, como a criação de vídeos de treinamentos, palestras e reuniões online, telefones  e a produção de relatórios, foram essenciais para a continuidade do projeto. Isso permitiu novos aprendizados e o estreitamento dos vínculos com os integrantes das fazendas, que, em alguns casos, tiveram que aprender a utilizar aparelhos eletrônicos como computadores e smartphones.


Apesar das dificuldades causadas pela pandemia, Marina, que se tornou membro do Unileite em outubro de 2020, conta que o projeto foi essencial durante esse período. “Eu estava sem planos e meio perdida sobre o que faria na Veterinária. Por isso, foi muito importante me envolver no projeto”, afirma. As visitas voltaram a ser realizadas em setembro de 2020, tomando todas as precauções de segurança orientadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


História

No ano de 2002, dois estudantes de graduação do 6° período, Gustavo Francisco de Carvalho e Rodrigo de Paula Longo da Cunha, coordenados pelo prof. Lívio, prestavam, com poucos recursos, assistência veterinária em oito fazendas da região metropolitana de Belo Horizonte-MG. Os alunos, que estavam motivados a extrapolar os muros da universidade, começaram a levar conhecimento aos produtores rurais. Após um ano de trabalho, os dois integrantes conseguiram reduzir 50% dos índices comprometedores da qualidade de leite nessas propriedades.

Naquele ano, o Unileite apresentou os resultados dos trabalhos realizados no Congresso Pan-Americano de Qualidade de Leite, onde dirigentes de grandes empresas brasileiras, que trabalham na cadeia produtiva do leite, puderam assistir. 19 anos depois, o projeto já contou com a participação de, aproximadamente, 350 integrantes e 550 colaboradores, além de diversos parceiros importantes, como CCPR, DeLaval, Pfizer Saúde Animal e MSD.


Confira os depoimentos dos colaboradores que receberam assistência do projeto:

 

Para saber mais, acesse o Instagram do projeto

 

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