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Notícia

Projeto Agha realiza sua primeira atividade no município de Juatuba

A castração é uma das boas alternativas que existem para solucionar o problema do abandono e da transmissão de doenças pelos animais de rua. Mas apenas o procedimento técnico realizado de maneira isolada não resolve a questão. É preciso conscientizar a população dos problemas decorrentes da reprodução descontrolada de cães para que a cirurgia seja aliada à uma cultura de guarda responsável dos animais de companhia. É o que propõe o "Ações integradas direcionadas ao estudo e ao estímulo da convivência harmônica e saudável entre o homem e seus animais de companhia” ou Agha, que realizou sua primeira atividade no município de Juatuba no último sábado, 12 de maio de 2012.

O Projeto Agha é executado em três etapas. A primeira consiste em uma seleção dos animais para serem castrados e na educação da população. Na segunda etapa há a continuidade deste processo educacional através de palestras em escolas e associações comunitárias. Só na terceira é que são realizadas as esterilizações. A castração é uma das ações do projeto que atrai a população, porém, o grande objetivo é informar sobre controle de zoonoses e guarda responsável, de forma a promover uma relação cada vez mais harmônica entre seres humanos e seus animais de companhia.

Durante a atividade, foram entregues panfletos para a população, que informavam não apenas sobre os benefícios da castração, mas também sobre outros temas como dengue, doença de chagas e saúde do trabalhador. Houve apresentação de vários vídeos educativos, que alertaram sobre o abandono e ao final trouxeram dicas de posse responsável.

Atividades recreativas como pintura facial, balões em formato de cães e apresentação dos cachorros da polícia militar também ajudaram a mobilizar a população. Ao final do dia, cerca de 82 cães foram cadastrados e tiveram o sangue coletado. Este material será usado em exames de triagem para avaliar quais gozam de boa saúde para serem castrados.

Os professores Rafael Resende Faleiros e Luiz Alberto do Lago, ambos do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, são dois dos 15 professores envolvidos com o Agha e contam que o projeto tem várias frentes de trabalho. “Cada professor trabalha um foco diferente com seus alunos bolsistas e voluntários de acordo com sua área de atuação na universidade”, explica Rafael.

Prova disso é que até quem não é da área de veterinária acabou aderindo ao Agha. O professor da Escola de Belas Artes, Maurício Gino, é um dos envolvidos no projeto e também esteve presente em Juatuba. Ele conta que a parceria surgiu de outro projeto, o Universidade das Crianças, que é uma atividade apoiada pelo Instituto de Ciências Biológicas (ICB). “O que acho legal no projeto Agha é a parte educativa realizada junto à população adulta e infantil. Não é uma coisa muito comum de ser vista nas políticas públicas tradicionais”, comenta Maurício.

São estas várias áreas que dão o caráter amplo ao projeto e fazem com que ele não se torne restrito apenas à castração. “A qualidade de vida dos animais e consequentemente a do homem foi uma das motivações do projeto. As atividades têm como pano de fundo a saúde animal e um objetivo maior de contemplar o bem estar do homem de maneira geral”, diz Luiz Lago.

A intenção é atender várias prefeituras ao redor de Belo Horizonte e semear a ideia para que cada município possa dar continuidade a esta educação junto à população. “Juatuba foi escolhida pelo número de pessoas carentes e também por já haver uma outra parceria entre a prefeitura da cidade e a Escola de Veterinária em um programa de controle da leishmaniose”, explica Rafael.

O prefeito de Juatuba, Antônio Adônis Pereira, revela que já existe um espaço reservado que vai funcionar como distrito sanitário, com a construção de um canil e que iniciativas como o Agha são de fundamental importância uma vez que eles preparam a população com informações sobre o assunto. “Foi o maior evento feito até hoje na cidade dentro desta área. Foi muito bem organizado e a população compareceu bastante. Vamos ver se agora conseguimos realizar atividades deste tipo com maior periodicidade”, diz.

O Coordenador do Serviço de Zoonoses de Juatuba, Cristiano Martins da Cruz, conta que a parceria com a Escola surgiu em 2009 quando foi detectada a necessidade de avaliar como estava a prevalência da leishmaniose no município. “Juatuba é um município político e administrativamente novo, completamos 20 anos de emancipação em abril. Então, é um lugar ainda muito carente em relação à promoção e prevenção da saúde. A única atividade de controle de zoonoses que promovíamos era em relação à dengue”, afirma.

“Este é o primeiro programa efetivo de controle populacional e posse responsável realizado na Escola de Veterinária da UFMG. Já houve coisas isoladas, mas este é mais completo e continuado”, afirma o professor Júlio César Cambraia Veado, também envolvido com o projeto. As próximas atividades do Agha vão ocorrer em Lagoa Santa e Esmeraldas.

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