Um programa de extensão da Escola de Veterinária da UFMG foi aprovado este mês para receber recursos do Ministério da Educação, estando entre os 19 projetos, ligados à temática social, aprovados na Universidade. O “Programa de controle populacional de cães e gatos e de promoção do bem-estar homem-animal junto à população carente” deve ser executado no ano de 2012 e prevê ações realizadas no Hospital Veterinário e também junto a comunidades carentes da região metropolitana de Belo Horizonte. Haverá também levantamento de dados e desenvolvimento de pesquisas.
Tendo em vista problemas como a superpopulação de cães e gatos abandonados e suas consequências para a saúde pública, o programa prevê o desenvolvimento de dois diferentes projetos. O primeiro deles, de nome “Programa de castração e auxílio no controle populacional de cães e gatos de população com posição socioeconômica carente”, consiste na criação da oferta de serviço gratuito de castração de animais de companhia, com a participação de estudantes, professores e médicos veterinários no próprio Hospital Veterinário. Esta oferta será voltada a pessoas carentes e a seleção dos cerca de 240 animais que devem ser castrados será feita por triagem. O projeto ainda prevê o acompanhamento completo dos animais, com o fornecimento de receitas, antibióticos e medicações para dor, tudo custeado pelo próprio projeto.
Segundo a professora Christina Malm, uma das coordenadoras do programa, hoje em dia é grave o problema do abandono de animais e sua consequente procriação nas ruas. Além disso, ele é intensificado pelas zoonoses e por problemas ligados às agressões homem-animal. “É chegada a hora da Escola de Veterinária e do Hospital Veterinário participarem de projetos deste tipo. Ele tem um aspecto social importante e nosso aluno tem que ter esse ensinamento. Ele promoverá ganhos acadêmicos e para a sociedade, tendo sido muito bem visto desde que foi escrito e apresentado em diversas instâncias dentro da Escola”, afirma.
Já o segundo projeto se chama “Ação Global Homem-Animal” e é conhecido como Agha. Seu principal objetivo é levar educação à comunidade. Para o professor Rafael Faleiros, que também coordena o programa, hoje se tem percebido grande desinformação por parte das comunidades e mesmo dos veterinários em relação à posse responsável e ao bom relacionamento entre animais de companhia e os seres humanos. A intenção do projeto é justamente trazer à tona estas questões, entender melhor os pensamentos da população e levar a ela um pouco do conhecimento científico produzido na Escola de Veterinária. O Agha se dividirá em três etapas: a primeira consiste no contato realizado com prefeituras e líderes comunitários para explicar os objetivos do programa, visando sua implantação. A segunda etapa será marcada por um evento realizado em local público do município, onde acontecerão entrevistas com membros da comunidade, a análise das condições de seus animais, além de atividades recreativas, com distribuição de brindes e apresentações culturais. Já a terceira etapa prevê dois serviços, a castração gratuita dos animais previamente selecionados e a produção de material didático específico para ser distribuído à população, sempre com foco em questões ligadas à posse responsável, ao bem-estar animal e ao controle de zoonoses.