
A palestra foi ministrada no dia 21 de abril de 2016 e o convite surgiu decorrente da colaboração do professor com a Instituição, o qual possui projetos de pesquisa com a Universidade desde 2009 – decorrentes da realização do seu pós-doutorado na Universidade do Kentucky. Além da palestra, o Professor realizou, junto a Instituição, experimentos preliminares e ministrou aulas na disciplina de Pós-graduação intitulada Doenças Infecciosas na era Genômica.
O Professor juntamente com os colegas da Universidade do Kentucky submeteu um projeto ao National Institute of Health (NIH) sobre o Zika vírus, o qual se fundamenta, particularmente, no diagnóstico e no desenvolvimento de ferramentas que possibilitem a identificação do vírus em amostras biológicas que será usada para pesquisar a doença em outras espécies animais que possam funcionar como reservatório para o vírus. “Acho interessante abordar os dados das viroses emergentes e do Zika vírus aqui no Brasil”, afirma Jenner.
Na palestra, realizada no dia 21 de abril, o Professor abordou as viroses emergentes que ocorrem no Brasil, as arboviroses, os fatores relacionados ao agente e ao hospedeiro e as mudanças no meio ambiente – em especial o Zika vírus e os seus mecanismos de transmissão.

O coordenador do RetroLab debateu a epidemiologia do Zika vírus, que surgiu em 1947, e a sua ressurgência 50 anos depois com sintomas considerados graves – em decorrência da Síndrome de Guillain-Barré, que é uma doença que compromete o sistema nervoso, e a Zika Congênita, com a ocorrência de microcefalia, e outras alterações que vão se formando no feto durante a gestação da mulher infectada pelo vírus. E, discutiu também sobre o panorama dessa virose no mundo e as principais hipóteses de sua introdução no Brasil.
O Zika vírus é distribuído em duas linhagens genéticas – uma africana e a outra asiática. As pesquisas já realizadas evidenciam que no Brasil o vírus é de origem asiática. Além disso, há um complicador no diagnóstico da doença, pois existe uma reação cruzada do vírus Zika com a Dengue, com a Febre do Nilo Ocidental e com a Febre Amarela –dificultando o desenvolvimento de um teste sorológico que possa identificar a presença do vírus nos seres humanos e, portanto, o diagnóstico usado atualmente é um teste molecular que se baseia na reação em cadeia da polimerase.

Além desta abordagem contida na palestra ministrada em abril deste ano, o trabalho do Professor Jenner com a Universidade de Kentucky acontece de forma continua desde 2009 com pesquisas que se concentram na área de doenças infecciosas virais dos equídeos. “O nível de colaboração com a Universidade pode se estender aos alunos e professores da Escola e, há uma possibilidade de promover intercâmbios de alunos para a Universidade do Kentucky – que é um fator muito importante para a pós-graduação da UFMG”, afirma Jenner.
Segundo o Professor do DMPV está prevista a vinda de professores e alunos da Universidade do Kentucky para a Escola de Veterinária da UFMG.