Equipe de professores da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais , em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), desenvolveu estudos em busca do reconhecimento dos estados do Paraná, do Rio Grande do Sul e do denominado Bloco I, que inclui os estados do Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso, como zonas livres de febre aftosa sem vacinação.
Coordenada pelo Dr. Rafael Romero Nicolino, professor adjunto do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, a equipe da UFMG analisou dados e elaborou os relatórios, que junto ao MAPA, foram submetidos à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A colaboração se deu através do edital público aberto pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que tinha como objetivo a realização de estudos epidemiológicos a respeito de regiões livres da doença no Brasil.
No dia 10 de março de 2021, a ministra Tereza Cristina, do Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), já havia divulgado que o Brasil recebeu parecer favorável da OIE. Essa primeira etapa do reconhecimento, se deu junto ao grupo ad hoc de febre aftosa, que reúne especialistas da OIE e é responsável pela avaliação do status sanitário dos países integrantes do organismo internacional.
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O professor Nicolino explica que para isso foram elaborados três dossiês, abordando vários aspectos epidemiológicos, como distribuição espacial, dados de propriedades, trânsito de populações bovinas, suínas, ovinas, caprinas e bubalinas, além de legislações, indicadores de vigilância e outras informações exigidas pela Organização no processo de reconhecimento dessas áreas.
A febre aftosa – enfermidade infecciosa aguda que causa febre, seguida pelo aparecimento de vesículas (aftas), principalmente na boca e nos pés de animais – é uma das doenças animais mais contagiosas e causa grandes perdas econômicas aos pecuaristas. Atualmente, apenas Santa Catarina possui a certificação internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação no Brasil.
O grupo de pesquisadores aguarda agora o reconhecimento das três áreas como livres de febre aftosa sem vacinação na 88ª Sessão Geral Anual da Organização Mundial de Saúde Animal, em 27 de maio de 2021. “A grande importância desse reconhecimento é a afirmação do nosso sistema de vigilância e dos imensos esforços que o Ministério tem realizado. Seria também um reconhecimento da qualidade do produto brasileiro, facilitaria a abertura de novos mercados de exportação, e a diminuição dos custos dos produtores com todo o processo de vacinação, ou seja, teria também um retorno direto e imediato ao produtor”, destaca Nicolino.
Além do prof. Rafael, compõem a equipe de pesquisadores da UFMG, as professoras Camila Stefanie Fonseca de Oliveira e Maria Isabel Maldonado Coelho Guedes, ambas também do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, e o mestrando Marcelo Teixeira Paiva.
A continuação do projeto da UFMG em parceria com o Ministério da Agricultura, se dará ainda este ano, com a aplicação de dois questionários, de abrangência nacional, relacionados à questões de biosseguridade nas propriedades que possuem bovinos e a percepção de produtores em relação às medidas de prevenção à febre aftosa no Brasil.