O uso de carvão vegetal no solo aumenta os teores de matéria orgânica, melhora a eficiência no uso de fertilizantes, promove o crescimento de micro-organismos benéficos e contribui para o aumento da produtividade. Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG busca a produção de um novo tipo de carvão, diferente do tradicional que é obtido pela queima da madeira. O experimento visa aproveitar resíduos advindos da criação de animais na Fazenda Experimental Professor Hamilton de Abreu Navarro, no campus Montes Claros, para a produção de biocarvão.
Esses resíduos, se não forem tratados, podem prejudicar solo e água e atrair moscas e outros vetores. Para dar melhor destino a esse material é que o professor Fernando Colen, coordenador da pesquisa, tem se dedicado na produção do biocarvão.
“Essa linha de pesquisa tem por objetivo coletar esses resíduos e produzir o biocarvão. Ela é muito parecida com a metodologia utilizada para a produção do carvão vegetal, que é utilizado, por exemplo, nas siderurgias, churrascarias ou mesmo em nossas casas para a produção do nosso famoso churrasco. Então, esses resíduos, eles são coletados, desidratados e eles passam por um processo chamado de pirólise, que é a produção desse carvão da biomassa com baixa concentração de oxigênio”, explica o pesquisador.
De acordo com o experimento, o emprego desses resíduos na produção de biocarvão melhora as condições do solo, com o aumento da concentração de nutrientes e da capacidade de retenção de água. O professor fala ainda dos resultados, sobre decomposição da matéria orgânica, produção do gás carbônico, efeito estufa, além de explicar os benefícios, bem como as aplicações dessa técnica e os próximos passos.
Mais informações podem ser obtidas na reportagem do programa Veredas da Ciência, veiculado pela Rádio UFMG Educativa. A reportagem é de Maria Dulce Miranda, com produção e locução de Amanda Lelis.
Redação: Assessoria de Imprensa do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG