Universidade Federal de Minas Gerais

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Notícia

Parceria entre Escola e instituto britânico incentiva pesquisa sobre Língua Azul

A Escola de Veterinária da UFMG recebeu, na primeira quinzena de abril, a visita do pesquisador Peter Mertens, do Instituto Pirbright, do Reino Unido. Peter é o professor visitante especial do projeto que busca identificar os sorotipos da Língua Azul no Brasil, uma parceria firmada entre a Escola de Veterinária da UFMG e o Instituto Pirbright. Além disso, o pesquisador também é chefe do Programa de Doenças de Vírus Transmitidos por Vetores, do Instituto Pirbright.
 
Na sua primeira semana na Escola de Veterinária da UFMG, Peter Mertens discutiu com alunos e professores, sobre a Língua Azul no Brasil. Em sua segunda semana ele realizou uma série de palestras e destacou o sorotipo 8 e a doença de Schmallenberg.
 
 
A presença do vírus da Língua Azul na Europa tem crescido com o passar do tempo e para o pesquisador, o fato pode estar associado ao aumento da temperatura global. “Quando ocorreu o primeiro surto de Língua Azul na Europa, talvez por coincidência, o verão anterior havia sido o mais quente dos últimos anos. O clima favoreceu o crescimento do mosquito transmissor, uma vez que ele precisa de temperaturas mais tropicais para se reproduzir” disse Peter Mertens.
 
Apesar de já haver estudos sobre a sorologia do vírus no Brasil datados na década de 80, o projeto é inovador no aspecto de buscar identificar quais são os sorotipos existentes no país. “O resultado das pesquisas do passado mostrava que o animal havia tido contato com o vírus provocador da doença. Porém, eles não mostram como o animal obteve esse contato e nem qual era o sorotipo da doença” explicou a pesquisadora do laboratório de pesquisa de virologia animal da Escola, Maria Isabel Maldonado.
 
O pesquisador inglês também discutiu sobre o vírus da doença de Shmallemberg. Uma doença que provoca a má-formação congênita em ovinos, causa febre, diarreia e em alguns casos até o aborto. A doença teve o seu primeiro registro de surto na Europa no final de 2011 e início de 2012, na oportunidade Peter foi um dos criadores da vacina de prevenção a doença. “Apesar de termos feito a vacina de prevenção ao vírus de Shmallemberg, o objetivo não era torná-la obrigatória, pois é uma doença que afeta apenas um ou dois por cento dos ovinos”, explica. 
 
“A novidade na época é que esse vírus chegou com uma mortalidade maior e causando defeitos congênitos nos bezerros e cordeiros. Ao contrário da Língua Azul, o Shmallemberg não afeta o animal adulto. Sua principal característica se manifesta em animais gestantes, causando aborto e defeitos congênitos”, completa Peter Mertens.
 
Parceria
 
A parceria entre a Escola de Veterinária da UFMG e o Instituto Pirbright teve início em junho de 2013, quando John Fazakerley, diretor do Instituto Pirbright, visitou a Escola e declarou interesse em formar grupos parceiros de pesquisa, que consiste no intercâmbio de estudantes e pesquisadores e na parceria entre os laboratórios.
 
“Os ganhos dessa parceria não se limitam somente ao termo científico com a descoberta dos sorotipos presentes no território brasileiro. Também devemos destacar os ganhos tecnológicos e acadêmicos, pois o projeto permite que nossos estudantes passem um tempo na Ingleterra se especializando”, explicou Maria Isabel. “Os ganhos para o Brasil também são grandes. Por meio desse projeto, conseguimos criar uma rede de contato entre várias universidades brasileiras e assim nos aprofundar mais na epidemiologia da Língua Azul no país” completou.

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