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Notícia

O que você precisa saber antes de ter um mini pig

Os mini porcos estão cada vez mais comuns nas casas brasileiras. Esse bichinhos, que inicialmente foram criados para pesquisas, exigem cuidados e atenção especial do dono. “Os mini pigs são menores que os porcos normais, mas se assemelham a eles em comportamento e proporção”, afirma o professor da clínica de animais silvestres Marcelo Carvalho. 
 
 
Em relação ao tamanho, Marcelo explica que o porco comum pesa de 100 a 500 quilos e pode viver até 20 anos, já o mini porco de estimação não passa dos 25 a 35 quilos e vive cerca de 15 anos. Em sua fase adulta eles medem entre 40 e 50 centímetros de altura e 80 e 90 centímetros de comprimento. 
 
Segundo a recomendação de especialistas e pessoas com experiência na criação desses animais, mini porcos não devem ser mantidos com cães no mesmo ambiente. Relatos afirmam que cães já atacaram mini-porcos mesmo após anos de convivência, sem nenhum motivo aparente. Desta forma, para a segurança do porco e também do cão, tendo em vista que o suíno possui uma mordida também muito forte, é melhor optar somente por um desses animais. Há relatos também de que cavalos não toleram mini porcos e já houveram acidentes por pisoteio e coices. 
 
De acordo com Mateus Rios Ribeiro, dono da porquinha Babe Piripig, os vendedores não passam as informações corretas sobre os cuidados com esses animais e enganam os consumidores sobre as complexidades que estes animais exigem. “Tenho que fazer o casqueamento da Babe sempre que necessário, pois ela fica muito incomodada e não encontro veterinários especializados nesta área aqui em Divinópolis-MG”.
 
O maior problema apontado por Mateus é o mau comportamento dos mini pigs enquanto não são treinados e acostumados. “Os porquinhos gritam sempre que estão com fome, se forem mal acostumados vão acordar o dono pela noite. Eles são fortes e podem destruir tudo”, alerta. 
 
 
O Professor Marcelo esclarece que estes animais são resultado de cruzamento de raças pequenas de porcos normais selecionadas geneticamente. Grande parte das raças tiveram origem no mini porco de Minnesota (Hormel), desenvolvida em 1949 nos EUA. Outras raças utilizadas foram: Goettingen, Sinclair, Pitman-moore,  Hanford (derivada de Pitman-moore), Yucatan (raça feral mexicana utilizada para pesquisa que depois ficou conhecida por esse nome), Minisib, entre outras. Independente da raça, são animais que passaram por uma seleção genética para possuírem as características desejáveis para um animal pet.
 
A dieta de um animal pet não é a mesma de um animal de produção, como ocorre na suinocultura. Tendo em vista que a criação destes possui finalidades diferentes, a dieta do mini porco baseia-se em ração peletizada própria para estes, formulada por diversas empresas, sendo amplamente encontrada no mercado norte-americano. “Atualmente, o Brasil não possui uma formulação nacional para a nutrição específica destes animais e, assim, aqueles que não possuem acesso à uma ração estrangeira, baseiam a nutrição em alimentos naturais como legumes, carnes, vegetais e frutas, aliados à uma ração comercial de suíno para balancear os nutrientes necessários”, explica Marcelo.
 
 
Existem as doenças categorizadas como zoonoses, ou seja, doenças que passam do animal para o ser humano e que podem acometer os mini porcos. Dentre as principais zoonoses estão: meningite estreptocócica, a influenza, a leptospirose, a brucelose, as micobacterioses, a erisipelose, dentre outras e as parasitárias incluem a triquinelose, toxoplasmose, tungíase e cisticercose. Marcelo ressalta a importância de vacinar regularmente o animal e fazer visitas ao médico veterinário. Segundo a associação norte-americana de mini porcos, as vacinas necessárias para estes animais são: Erisipela, Tétano, Leptospirose, Raiva e vacina tetravalente envolvendo Actinobacillus pleuropneumoniae, com quatro sorotipos diferentes.
 
Outra questão importante é o espaço. “Um mini porco necessita de um mínimo de 10 metros quadrados, com muita sombra e assentos separados para dormir, alimentar e usar o banheiro além de espaço suficiente para se exercitar e brincar”, afirma Marcelo. 
 
 
Um ponto que merece atenção é o fato de que esses animais, legalmente, estão sujeitos a todas as regras que se aplicam à agricultura. Isso inclui regulamentações apropriadas para cercar o local, alimentar, relatar problemas de saúde para instituições reguladoras e abate obrigatório pelo estado no caso de uma epidemia.
 
Trata-se de um animal muito limpo que sabe se adaptar a fazer suas necessidades ao ar livre. Se for necessário que ele faça em casa é recomendável a utilização de caixas. A limpeza regular do local em que ele faz suas necessidades é muito importante. “Se você deixar o animal dormir ao ar livre, ofereça feno ou palha suficiente. Já o cuidado com as unhas pode ser omitido se os mini pigs realizarem o desgaste regularmente em uma superfície dura” explica Marcelo. 
 
Se a escovação não for suficiente e o mini porco tiver que ser lavado, isso deve ser feito com água morna e sem produtos de higiene pessoal ou de limpeza. Nos dias quentes de verão, eles adoram tomar banho para se refrescar. Marcelo aponta também outro cuidado para o verão: “No verão, especialmente os porcos cor-de-rosa devem ter uma sombra disponível, porque são mais propensos a sofrer queimaduras solares do que os mini pigs pretos.” 
 
As fotos desta matéria são da porquinha de Mateus, Babe Piripig. 
 

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