“Atualizar a nossa matriz curricular, oferecer maior diversidade de opções para o estudante no que diz respeito a sua formação complementar, promover uma maior integração do aluno dentro da universidade e prepará-lo melhor para o mercado de trabalho”. Esses são alguns dos objetivos que norteiam as alterações no currículo do curso de Veterinária, segundo o coordenador do colegiado de graduação, professor Marcelo Resende.
Marcelo explicita algumas das mudanças que serão feitas. “Nós vamos tentar atualizar alguns conteúdos que ainda não temos, com a inserção de disciplinas optativas, por exemplo, na área que vai envolver a atenção a animais silvestres. Também vamos incluir disciplinas obrigatórias, como bem estar animal, que é uma área de extrema importância devido ao crescimento da conscientização sobre as formas mais adequadas de se criar o animal nos sistemas de produção”.
Outra novidade será a introdução do estágio supervisionado obrigatório, considerada pelo coordenador como, possivelmente, a maior mudança de todas. “Nosso curso é um dos únicos de medicina veterinária do Brasil que ainda não tem o estágio obrigatório na matriz curricular. Ele será feito no décimo período e, para isso, as disciplinas do décimo vão ser acomodadas no nono e oitavo períodos. Ele deve começar em 2013”, afirma Marcelo.
O professor cita também uma mudança referente ao percurso que o aluno poderá seguir durante o curso. São duas alternativas: na primeira, o estudante deve cursar todas as obrigatórias, além de no mínimo sete créditos em optativas, e mais um mínimo de três créditos de formação livre, que consiste em disciplinas que não tem uma ligação direta com a veterinária. Na segunda alternativa, o aluno pode optar por agregar ao seu currículo a formação complementar aberta. Com o auxílio de um professor, ele deverá escolher disciplinas de outras unidades, entre 12 e 15 créditos, que tenham alguma complementariedade na formação do veterinário. É o caso, por exemplo, de um aluno que queira trabalhar com clínica e investir um pouco mais na área de odontologia. Ele deverá buscar essas disciplinas complementares no currículo da odontologia.
Outra alteração diz respeito às aulas práticas integradas de campo (APIC), que agora serão oferecidas apenas em dois semestres. Em substituição parcial às APIC’s haverá uma disciplina que vai se chamar Atividade Integradora da Formação, oferecida também em dois semestres, o quinto e o nono. O objetivo dessa mudança, segundo Marcelo, é “uma integração de disciplinas e dos conhecimentos dessas disciplinas, que os alunos tiverem estudado até aquele momento do seu curso. Também visamos uma maior inserção dos nossos estudantes nas fazendas nas quais trabalhamos, principalmente as de Igarapé e Pedro Leopoldo. A nossa ideia é que eles, além de aprender como as atividades são desenvolvidas nos setores de produção das fazendas, possam também visitar as propriedades próximas às fazendas. E já vamos fazer a primeira experiência com essa atividade integradora da formação no primeiro semestre de 2011, com os estudantes do sétimo período”.
Quanto à data de implementação do novo currículo, o professor Marcelo explica as medidas burocráticas. “Foi montada uma comissão de mudança curricular presidida pelo professor Renato Sacchetto que trabalhou de 2003 até 2009. Esse currículo foi aprovado nos quatro departamentos da Escola de Veterinária, depois aprovado pela congregação da escola em dezembro de 2009. E em 2010 o colegiado ficou com o trabalho de preencher toda a documentação que a Pró-Reitoria de Graduação exige. Há uma serie de formulários para preencher, e isso demorou um determinado tempo. Depois o currículo passou por uma análise prévia do setor acadêmico, nos disseram que ele estava adequado, mas talvez seria solicitado pelo pró-reitor adjunto uma modificação na carga horária. Fazer essa modificação seria um pouco complicado, mas se conseguirmos negociar essa questão, a expectativa da Escola é que esse currículo entre em vigor em 2012. Assim, teremos este ano de 2011 de preparação para fazer algumas adaptações, principalmente na questão das novas disciplinas, os seus programas, os docentes que vão participar, etc. Recentemente foi criada a comissão de avaliação curricular, que é formada por docentes da Escola de Veterinária e do ICB. Essa comissão é recomendada pelo MEC, e vai nos auxiliar durante esse ano na montagem dessas novas disciplinas”.
