Universidade Federal de Minas Gerais

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Notícia

Novo reitor da UFMG destaca graduação e acolhimento aos alunos como maiores desafios

“É preciso consolidar o compromisso que a UFMG assumiu com a sociedade de ampliar suas vagas de graduação e acolher um alunado mais diverso, com política clara de assuntos estudantis”, disse hoje, 19 de março, em entrevista coletiva à imprensa o novo reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramírez. Ele e a vice-reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, abordaram ainda temas como trote, Lei de Cotas e seleção por meio do Enem e do Sisu.
 
A cerimônia de transmissão do cargo de reitor da UFMG será realizada na noite desta quarta-feira, a partir das 19 horas, no auditório da Reitoria, no campus Pampulha. A professora Rocksane de Carvalho Norton, que assumiu a Reitoria até o final do mandato, transmite o cargo para Jaime Arturo Ramírez, uma vez que o professor Clélio Campolina Diniz tomou posse como ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação na última segunda-feira, mesmo dia em que o novo reitor tomou posse em Brasília. Na solenidade desta quarta-feira, Ramírez dará posse à vice-reitora, Sandra Goulart Almeida, e apresentará a equipe de pró-reitores. O mandato do reitor e da vice-reitora é de quatro anos. A cerimônia poderá ser acompanhada pela internet, no endereço eletrônico www.ufmg.br.
 
Estas foram algumas das respostas dadas aos jornalistas.
 
Graduação e ampliação
 
Jaime: A graduação é a base da instituição. Dela saem os futuros professores que vão atuar nesta e em outras instituições. É a última oportunidade que temos de oferecer uma formação sólida no campo de atuação que cada um escolheu, sobretudo uma formação mais crítica, mais cidadã e mais humana. A UFMG aderiu ao Reuni em 2008 e, desde então, ampliou as vagas de graduação em torno de 40%. Vamos alcançar neste ano aproximadamente 50 mil alunos no conjunto da Universidade. Trata-se de um corpo discente muito grande, diverso e rico. Por todas essas questões, colocamos o desafio da graduação como meta de nossa gestão. O desafio é a necessidade de consolidar rapidamente esse compromisso que a Universidade assumiu com a sociedade no que diz respeito à expansão de suas vagas. Consolidar os cursos novos e completar o acolhimento aos novos alunos. Este é um processo que ainda não se concluiu. É algo que toca várias questões, como a expansão da infraestrutura, por exemplo, mas passa especialmente pela elaboração de uma política clara de assuntos estudantis para atendermos melhor todos os que a UFMG recebe, em toda a sua diversidade. Essa é uma ação prioritária. 
 
Sandra: Estamos cumprindo um papel social ao receber esses alunos da escola pública. Mas é muito recente essa forma de ingresso. O que temos de fazer de agora em diante é avaliar os impactos na vida acadêmica e realizar as ações para que possamos manter a qualidade da UFMG ao mesmo tempo em que atendemos a essa nova demanda.
 
Cotas
 
Jaime: Vamos continuar a política que a UFMG adotou, que nada mais é que o cumprimento de Lei Federal. Até 2016, temos de concluir o processo de implantação gradual da política de cotas com 50% das vagas em cada curso destinadas a egressos de escolas públicas – e, dentro desses 50%, as especificidades que a lei determina, no sentido da origem étnica e social de cada aluno. Evidentemente, temos de acompanhar de perto as condições que os alunos têm de acompanhar as atividades que são desenvolvidas, já que sabemos que o perfil do discente da UFMG está mudando. É por essa razão que a graduação é uma prioridade. No entanto, o último resultado que tivemos do Enem, agora em 2014, nos indica que os níveis de cortes em todos os cursos que a UFMG oferece são altos, de forma que não temos, em princípio, nenhuma razão para pensar que os alunos não têm formação adequada.
 
Enem e Sisu
 
Sandra: Tivemos uma grata surpresa com essa nota do Sisu. Não só a UFMG foi a Universidade mais procurada entre todas as que participaram do processo do Sisu, como também as notas de corte de todos os cursos foram bastante altas. Além disso, não houve uma diferença grande entre aqueles que entram por meio da Lei de Cotas e aqueles que ingressam por meio da seleção ampla. Então, isso nos mostra que podemos ter boas perspectivas para esse alunado que agora chega, nos mostra que esse alunado que está ingressando na Universidade é um alunado de qualidade. E temos de nos preparar para acolher a todos de forma igualitária.
 
Jaime: Nesse sentido, para este ano está programado o recebimento de R$ 36 milhões do Governo Federal, recurso que virá exclusivamente para ser usado em assuntos estudantis, em assistência estudantil. E nós vamos acompanhar de forma muito criteriosa e cuidadosa as necessidades de sustentação econômica e de permanência – não só na Universidade, mas na cidade – desses novos alunos. Se necessitarmos de mais recursos para prover as políticas de permanência e inclusão dos egressos da escola pública, vou recorrer diretamente ao Governo Federal em busca desses recursos.
 
Direito e Arquitetura
 
Jaime: Da Escola de Direito já foi lançada a pedra fundamental e a obra se inicia nos próximos meses. Temos a esperança de que essa obra seja entregue ainda no nosso mandato. Quanto à Escola de Arquitetura, por sua vez, a fase é de elaboração do projeto para então lançar-se a pedra fundamental. A expectativa é de que nos próximos quatro anos as duas unidades se transfiram para o campus Pampulha.
 
Trote
 
Jaime: A Universidade tem de discutir com a sociedade e elaborar uma norma, uma resolução social de conduta para a sua comunidade interna. A Universidade tem de acolher a todos de uma forma igualitária, independentemente da sua origem, da sua cor, da sua condição econômica, de quem a pessoa escolheu para amar. Essa norma de conduta social é algo que vamos apresentar ainda este ano, algo para ser discutido com toda a comunidade. A nossa expectativa é que essa norma seja apreciada pelo Conselho Universitário, que é a instância máxima da Universidade, e implementada até o final deste ano.
 
Sandra: Esse é um ponto importante, prioritário para a nossa gestão. Eu sou da área de gênero, trabalho muito com essa questão. A UFMG não pode aceitar comportamentos que ferem os direitos humanos. Abusos, sexismo, racismo, assédio moral, assédio sexual: questões assim não podem ser aceitáveis em contexto algum, muito menos em uma instituição pública como a UFMG. Então, de imediato nós criaremos uma comissão que vai discutir essa questão de uma norma social, que vai reger a conduta da comunidade como um todo, não só dos alunos, mas também de professores e servidores. A comissão vai ser criada imediatamente e esperamos que, até o final do ano, essa norma já tenha sido implementada, após passar pelas instâncias colegiadas.
 
Trajetórias
 
Jaime Arturo Ramírez – Reitor da UFMG 
 
É professor titular do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia da UFMG e pesquisador 1B do CNPq. Formado em Engenharia Elétrica pela UFMG (1986), foi presidente do Diretório Acadêmico da Escola de Engenharia e da Associação de Pós-Graduandos da UFMG. Concluiu o doutorado no Imperial College London, Inglaterra (1994), onde recebeu o prêmio Outstanding Research. Foi pró-reitor de Pós-Graduação da UFMG (2003-2008) e presidente do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (2007-2008). Atua nos cursos de graduação em Engenharia Elétrica e Engenharia de Sistemas e no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. Integrou a comissão que criou o curso de graduação em Engenharia de Sistemas. 
 
Sandra Regina Goulart Almeida – Vice-reitora da UFMG
 
É professora titular da área de Estudos Literários da Faculdade de Letras da UFMG e pesquisadora 1C do CNPq. Formada em Letras pela UFMG (1986), concluiu o doutorado na Universidade da Carolina do Norte, EUA (1994). Realizou pós-doutorado em Literatura Comparada na Universidade de Columbia, EUA (2001). Foi diretora de Relações Internacionais da UFMG (2002-2006), presidente da Associação Brasileira de Estudos Canadenses (2001-2003) e coordenadora do Centro de Estudos sobre a Índia da UFMG (2008-2010). Atualmente é coordenadora adjunta da área de Letras e Linguística da Capes. Atua na área de Literatura e Estudos de Gênero, nos cursos de graduação e pós-graduação em Estudos Literários da Faculdade de Letras.
 
Redação: Cedecom
 

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