Universidade Federal de Minas Gerais

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Notícia

Novas normas para controle do leite entram em vigor em julho

A partir do mês de julho de 2011, alguns parâmetros para análises realizadas no leite no Brasil serão modificados para as regiões sudeste, sul e centro-oeste. Tanto a contagem bacteriana total (CBT) quanto a de células somáticas (CCS) sofrerão diminuição no número máximo estabelecido por instrução normativa. Nas regiões norte e nordeste, a mudança ocorre um ano depois, por causa das dificuldades para a adaptação.

Hoje em dia o padrão adotado nas análises é de 750 mil ufc/ml (unidades formadoras de colônias por mililitro) para a CBT e de 750 mil células somáticas por ml para a CCS. Em julho, este padrão passará a ser de no máximo 100 mil ufc/ml e 400 mil células somáticas por ml, respectivamente. Isto representa uma mudança significativa, principalmente em relação à contagem bacteriana total, segundo afirma Mônica Cerqueira, professora e coordenadora do Laboratório de Análise da Qualidade do Leite da Escola de Veterinária da UFMG. Estes padrões passarão a ser, a partir de julho, iguais aos que vigoram na União Européia.

Desde o final da década de 1990, quando começou a ser elaborado um Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite, coordenado pela Embrapa, o Brasil tem tentado regulamentar e gradualmente tem deixado mais rígidos os parâmetros para a sua produção leiteira. Com base em um documento criado pelo programa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou, em 2002, a instrução normativa nº51. Ela entrou em vigor em 2005 e estabeleceu a gradual diminuição, ao longo dos anos, dos padrões de contagem na análise do leite. De acordo com a professora Mônica, isto representou “um avanço, já que não havia padrões legais para boa parte do leite que era consumido no Brasil. Antes, não havia padrão para a CBT, a CCS e muito menos para a proteína presente no alimento”.

A manutenção do leite dentro de padrões rígidos garante segurança, qualidade e durabilidade. Um leite com CBT e CCS altas, por exemplo, perde em sabor, aroma, rendimento econômico e produção. Uma contagem alta de células somáticas indica que a vaca apresenta mastite, uma inflamação na glândula mamária, o que compromete a eficiência e otimização do processo produtivo nas fazendas.

Porém, apesar de as medidas serem benéficas para o país, elas evidenciam problemas que ainda devem ser enfrentados. De acordo com Mônica, “o que temos hoje é uma preocupação de todo o setor produtivo, pois em muitas indústrias existe um percentual alto de produtores que não está conseguindo produzir o leite dentro do padrão que entrará em vigor”. Muitas vezes, os produtores não têm informação suficiente para se adaptar e melhorar as condições de sua produção. Para a professora, é necessário um trabalho de educação continuada que inclua todo o setor produtivo, entre comunidade, produtores, laboratórios, indústrias de leite e a universidade. “Temos que pensar em estratégias para modificar este quadro. Não penalizando o produtor, mas cobrando ações de todo o setor, de toda a comunidade, inclusive da universidade com seus projetos de extensão. O laboratório da Escola de Veterinária, por exemplo, realiza este tipo de trabalho, treinando produtores, técnicos e até transportadores de leite”.

 

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