Publicada no dia 20 de junho de 2012 no Diário Oficial da União, a nova lei que obriga as indústrias de laticínios informarem o preço do leite até o dia 25 do mês anterior, traz vantagens para os produtores de leite. Esse fator possibilita a negociação do produtor com a indústria, uma vez que ele pode optar por quem pagar mais. Em caso de descumprimento da lei, as empresas terão que pagar o maior preço do mercado.
A razão de ter se pensado uma lei com este aspecto se deve ao fato de que o produtor só ficava sabendo o valor que ia receber um mês depois que já tivesse entregado o leite e fosse fechar as contas.
Porém, devido a importação, a indústria não consegue saber o preço que poderá pagar no mês seguinte, uma vez que esse fator atrapalha suas vendas. E nesse ponto os produtores de leite e as indústrias de laticínios concordam: a maior preocupação agora deveria ser a barragem do excesso de subprodutos vindos de outros países.
O leite não é um produto fácil de comercializar, pois demanda condições especiais de transporte, volume e é de produção cotidiana. Sem contar que a natureza desempenha papel definidor nas condições de produção. Mas existem opiniões controvérsias que trazem uma reflexão mais profunda, observando e avaliando se a lei realmente beneficia efetivamente os produtores.
O professor da Escola de veterinária da UFMG, Antônio Claret Torres, explica que para que o produtor obtenha um litro de leite, sob uma dada tecnologia, ele precisa de mão-de-obra, bens adquiridos no mercado, suas terras e seus animais como forma de estrutura física. Portanto, as condições naturais, sua quantidade e qualidade, são necessariamente importantes, mas não suficientes para proporcionar ganhos econômicos financeiros. “Quem ‘amassa o barro’ e produz cotidianamente, ‘sem feriado ou dia santo’ é o produtor de leite”, completa Claret.