O preço dos medicamentos é na maioria das vezes um fator unânime nas pilhas de reclamações de laboratórios farmacêuticos, farmácias, clínicas e postos de saúde. Os genéricos vêm como uma alternativa para essa questão. Na Medicina Veterinária os medicamentos de referencia dominam o mercado farmacológico da área. Porém um projeto de lei proposto pelo senador Benedito de Lira (PP/AL), que tramita no Congresso Nacional há 10 anos, pode ser aprovado a qualquer momento. O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marcos Maia (PT/RS), se comprometeu a colocar a lei 1093/03, que libera a fabricação de produtos veterinários genéricos.
A implementação dos genéricos trariam inúmeras vantagens. De acordo com o Conselho Temático de Agronegócio da Confederação Nacional das Indústrias (Coagro/CNI) a criação dos genéricos para animais baratearia em 40% os custos dos medicamentos. Vanda Barbosa acredita que se a qualidade dos remédios genéricos for a mesma das drogas de referência, essa implementação pode ser muito interessante. “Às vezes é muito complicado fazer um tratamento em longo prazo, de um mês, por exemplo”, completa Vanda, que procurou o Hospital Veterinário da UFMG para tratar sua cadela Mel.
O professor Fernando Antônio Bretas, do Departamento de Clínica de Cirurgia Veterinária da Escola, acredita que a produção de genéricos para uso veterinário é benéfica se comparado os prós e os contras. Segundo o professor, o efeito farmacológico da droga de referência e a genérica é a mesma. Porém o remédio genérico pode apresentar uma possibilidade maior de efeitos colaterais nos animais por, algumas vezes, suprimir algumas substâncias que protegem o organismo. Citou o exemplo da Cefalexina, medicamento muito utilizado na medicina veterinária, que no formato de genérico não contém alguns componentes que poderiam evitar efeitos colaterais como diarreia, vômito e náuseas.