O Projeto Carroceiros segue a todo vapor. Este ano já foram realizadas 07 intervenções. A última ação foi realizada, no dia 24 de abril, na Unidade de Recolhimento de Pequenos Volumes (URPV) do bairro Átila de Paiva, na região do Barreiro em de Belo Horizonte. Durante a intervenção, foram realizados cerca de 20 atendimentos aos carroceiros da região. Coordenado pela professora Maristela S. Palhares, do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias (DCCV), atualmente o projeto conta com 4 bolsistas de extensão, José Wesley Pereira, Ana Maria Paes Scott, Willian Henrique de Magalhães e Fernanda Lara Tavares.
Na intervenção realizada, os bolsistas fizeram cadastro e avaliação socioeconômica dos carroceiros, aplicação da vacina antirrábica, coleta de sangue e fezes, e marcação dos animais com nitrogênio. O material coletado foi encaminhado ao laboratório da clinica de equinos do galpão carroceiros, que fará exames de: hemograma completo, hematócrito, leitura de proteína total, leitura de fibrinogênio, esfregaços sanguíneos e esfregaço de capa leucocitária. Este ano o projeto passou a analisar também as fezes, que são utilizadas no levantamento das verminoses mais comuns nestes animais.
Para Ana Maria Paes Scott, aluna da graduação do 7° período, a iniciativa é importante para sua formação não apenas como profissional, mas também como pessoa. “O projeto ensina como lidar com a população e não apenas com o animal. O contato com as pessoas é fundamental para nossa formação”, afirma a estudante. Além disso, o projeto de extensão aproxima os estudantes da prática profissional, e é um retorno à sociedade do conhecimento produzido dentro da Escola de Veterinária.As 34 URPV’s de Belo Horizonte são atendidas pelo projeto, cada uma delas sendo visitada uma vez por ano, com uma média de 20 animais atendidos por unidade e mais de 4000 animais cadastrados. Além do atendimento nas URPV’s, os animais cadastrados tem desconto de 50% na consulta clínica no Hospital Veterinário da UFMG, internação gratuita e recebem medicamentos a preço de custo.
Os carroceiros contam também com o aperfeiçoamento de raças promovido pela Escola. As éguas podem receber inseminação artificial de cavalos próprios para tração, rendendo melhores animais para o trabalho. Não limitando o atendimento ao trato com o animal, o projeto também realiza um acompanhamento social. O levantamento socioeconômico dos carroceiros já foi utilizado por estudantes de diversos cursos da UFMG como fonte de pesquisa.
O Projeto:
O Projeto Correção Ambiental e Reciclagem com Carroceiros de Belo Horizonte, também conhecido como Projeto Carroceiro, é promovido pela Escola de Veterinária em conjunto com a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Criado em 1997, pela PBH, o projeto conta com a parceria da Escola desde 1998. Além das intervenções semanais realizadas durante o ano, ao final, são realizadas palestras promovidas pelos bolsistas, pela prefeitura e pela polícia militar sobre reciclagem, aposentadoria, INSS e legislação de trânsito. Também é feito um atendimento odontológico, pelos alunos da Escola de Odontologia. O principal objetivo das palestras é conscientizar os carroceiros quanto aos locais corretos de disposição de dejetos e quanto ao manejo e trato dos animais.
