O Laboratório de Qualidade do Leite da UFMG recebeu o Certificado de Acreditação pela norma ISO 17025, pelo INMETRO. A Coordenadora Geral do LabUFMG, professora Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira celebra a conquista bem como os demais professores e funcionários, já que o certificado comprova a qualidade e seguimento das normas internacionais pelo LabUFMG. “O laboratório começou suas atividades em 2003 e é um dos laboratórios do país que compõe a RBQL, Rede Brasileira de Laboratórios de Análise da Qualidade do Leite. Atua principalmente dando suporte às ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, analisando amostras de leite de indústrias de laticínios e amostras individuais de leites de vacas”, explica.
O laboratório, credenciado também pelo MAPA, realiza análises de qualidade de leite cru, em atendimento à IN 07 (Instrução Normativa Número 07), publicada em 2016. Para atender esta IN, uma vez por mês, as indústrias devem coletar o leite de cada uma das propriedades e enviar para um dos laboratórios da RBQL, onde as análises são feitas. Além das amostras de leite de tanques refrigeradores, o laboratório possui também um Programa de Gerenciamento de Rebanhos Leiteiros, denominado PGLeite. Neste programa, amostras individuais de leite de vacas são enviadas ao laboratório no dia da pesagem do leite, juntamente com informações de produção e outras zootécnicas. Pela análise de leite individual, o produtor pode identificar, por exemplo, quais são os animais que apresentam mastite subclínica, que leva à perda da produção e da qualidade do leite”, segundo Mônica. A partir dos resultados, pode adotar medidas de gestão para melhorar os indicadores de sua propriedade. “Dependendo da situação, alguns animais podem ser segregados dos demais, outros podem ser submetidos à secagem e ao tratamento de vaca seca, ou até mesmo, ao descarte”, ela esclarece.
Os principais parâmetros de qualidade de leite previstos na legislação brasileira são a contagem bacteriana total, a contagem de células somáticas, a determinação dos teores proteína, gordura, sólidos desengordurados e totais. O leite de melhor qualidade é o que garante à indústria, o processamento de produtos como queijo, iogurte, leite pasteurizado e UAT, entre outros, mais seguros e de qualidade superior. As análises realizadas no LabUFMG são feitas em equipamentos eletrônicos por métodos baseados em citometria de fluxo, espectroscopia por absorção no infra-vermelho médio e FTIR (Fourier Transformed in Red).
Pelo PGLeite, o produtor pode acessar via internet os relatórios que permitem a gestão dos animais. A professora explica a importância do gerenciamento: “Nesse programa, temos registrados em planilha os dados dos animais como peso, idade e quantidade de leite do dia de cada coleta. Nas análises fazemos também a contagem das células somáticas de cada vaca, que é importante por indicar a ocorrência da mastite. A perda da qualidade do leite pela mastite penaliza o produtor, que perde certa quantia de dinheiro por litro de leite, dependendo da indústria”. O produtor interessado em monitorar a qualidade de seu rebanho pode entrar em contato por telefone do LabUFMG (3409-2136) ou por email (labufmg@vet.ufmg.br).
Dentre suas qualidades, o laboratório possui um diferencial na qualificação dos profissionais: “Um diferencial do LabUFMG é a sua equipe de professores que trabalham especificamente com leite e o suporte que tem, de outros docentes da Escola de Veterinária de áreas como a nutrição, a sanidade, epidemiologia, clínica e zootecnia, que agregam muito valor ao trabalho que o laboratório faz. Por fim, as oportunidades que o LabUFMG oferece aos estudantes de graduação e de pós-graduação, por meio de estágios ou pelo desenvolvimento de pesquisas científicas, é também um diferencial que contribui para consolidar a formação acadêmica e profissional de nossos alunos”.
Questionada quanto aos próximos passos do laboratório, Mônica lembra da parceria recente com a Coopmetro, que busca uma melhora na logística, na coleta e no transporte do leite, com rastreabilidade e refrigeração assegurada. Já o foco para os próximos anos é seguir aprimorando o funcionamento do laboratório. Alterações nos serviços de tecnologia da informação e um aprofundamento na questão da detecção de fraudes são questões centrais para o futuro.