Estarão abertas a partir da próxima sexta-feira, dia 7 de fevereiro, as inscrições para a oitava edição do Festival de Verão da UFMG, que será realizado entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, como alternativa e complemento à programação tradicional do carnaval belo-horizontino.
As inscrições custam R$ 20 para cada oficina e podem ser efetuadas entre os dias 7 e 13 de fevereiro, no caso de pessoas com deficiência, e a partir do dia 17, para pessoas que não precisam de recursos para acessibilidade. A matrícula deve ser feita no site da Fundep (www.cursoseeventos.ufmg.br/CAE) até a data de início de cada atividade ou até se esgotarem as vagas.
Para tanto, o participante deve selecionar a atividade de seu interesse e imprimir o boleto para o pagamento, que pode ser feito em qualquer banco. Quem preferir pode realizar a inscrição pessoalmente, em um dos postos de atendimento da Fundep.
O evento será mais uma vez sediado no Centro Cultural UFMG, na Praça da Estação (avenida Santos Dumont, 174, Centro), com uma pequena parte de sua programação realizada no Espaço do Conhecimento UFMG, na Praça da Liberdade. A expectativa é de intensa participação do público da capital mineira, em consonância com o crescimento do carnaval na cidade. De acordo com a Belotur, cerca de um milhão de pessoas devem participar da folia em Belo Horizonte este ano – o dobro do público recebido em 2013.
Loucura
Este ano o evento tem como tema Um sonho (in)comum de verão e encerra uma trilogia focada na folia — ou folie, no original francês, palavra que remete à ideia da loucura. “Nas duas últimas edições, especialmente, fomos aproximando o Festival da cidade e de temáticas como a loucura, a poesia, o improviso, a carnavalização, a vadiagem, com uma forte integração das oficinas. Nossa ênfase foi nos incomuns e especialmente na potência do saber da loucura: folie. E fomos crescendo com o próprio carnaval de Belo Horizonte”, afirma Lucia Castello Branco, professora da Faculdade de Letras da UFMG e coordenadora do Festival pelo terceiro ano consecutivo.
Lucia explica a temática voltada para o sonho. “Pensamos no sonho noturno, no sentido das paisagens oníricas, e também no sonho diurno, que é o desejo. E o nosso desejo é de uma universidade mais inclusiva, acessível e aberta ao incomum. Cada um é incomum na sua singularidade. Tentamos disseminar essa ideia, esse sonho na universidade”, diz.
Serão cinco dias de atividades, entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, com a programação se dividindo entre quatro eixos temáticos: Ciências da Vida e Saúde; Ciências Exatas, da Terra e Tecnologias; Humanidades, Letras e Artes; e Projetos Especiais. Ao todo, serão abertas 385 vagas, sendo 240 distribuídas entre dez oficinas e 145 entre seis projetos especiais.
A maior parte das oficinas é voltada para o público amplo, que alcança pessoas de todas as idades e perfis: estudantes, professores, cientistas, artistas, carnavalescos e frequentadores do circuito da Praça da Estação. Mas haverá também atividades voltadas para públicos específicos, como músicos, surdos, crianças, adolescentes, adultos e pessoas com uma determinada escolaridade, como ensino médio.
O Festival conta ainda com uma vasta programação cultural, que inclui shows e encontros musicais, exibição de filmes e documentário, palestras, exposição de artes plásticas, espetáculos teatrais e um baile na noite de terça-feira. Toda a grade cultural é gratuita, com os ingressos limitados à capacidade física dos espaços.
Aproximação com a cidade
A proposta do Festival de Verão é articular cultura, ciência e arte; produzir, de forma ativa, o conhecimento; e trabalhar, sobretudo, com foco na sensibilidade para a acessibilidade. Nesse sentido, o evento vem possibilitando singular interação da UFMG com a sociedade, contexto em que a universidade fomenta o desenvolvimento intelectual e cultural fora do âmbito acadêmico, seu circuito tradicional.
Para Lucia Castello Branco, o evento possibilita que o Centro Cultural UFMG se transforme em uma espécie de centro de residência cultural e artística da cidade durante o carnaval. “O Festival é uma opção tanto para quem está na cidade e não gosta de carnaval quanto para quem gosta da folia”, destaca.
Uma das principais tendências do Festival é sua internacionalização, “caminho que começamos a trilhar desde o ano passado”, salienta Lúcia. Na ocasião, o Festival contou com a participação da atriz portuguesa Mafalda Saloio, que ministrou a oficina Ginástica do ator e apresentou o espetáculo Senhorita dos aires.
“Neste ano, investimos mais fortemente em nomes estrangeiros”, conta a coordenadora. A oficina Os sonhos de que temos a linguagem, por exemplo, será ministrada por Paul Avilés, dos Estados Unidos, em parceria com Fernanda Mourão, da UFMG. A oficina propõe a seleção e tradução de poemas das escritoras norte-americanas Emily Dickinson e Elizabeth Bishop que têm como temática o sonho e o incomum. Já Contributos da improvisação musical para o bem-estar, ministrada por Paulo Chagas, de Portugal, toma o trabalho com a música como fator de melhoria de vários aspectos do desenvolvimento humano.
Outro exemplo de internacionalização é a oficina Um passo de lado, ministrada por Anamaria Fernandes, brasileira que reside e trabalha na França. Anamaria aplicará com o público do Festival sua vasta experiência em instruir pessoas não familiarizadas com a dança, como pacientes psicóticos e adolescentes autistas. A oficina de Anamaria é também um exemplo do foco que a oitava edição do Festival de Verão da UFMG tem no incomum. Enquanto em sua atividade Anamaria visa trabalhar a dança com um público incomum, em Acessibilidade, como eu trato?, Liliane Arouca do Carmo promove uma atividade interativa sobre a importância do entendimento do que é, de fato, acessibilidade, e as formas de se lidar com a questão.
Já na oficina Improvisarte: improviso, literatura, inclusão, Elizete Lisboa e Maria José Vargas Boaventura convidam os participantes a usar “inutensílios” para criar desenhos visuais e em alto-relevo. A oficina foca no ensino lúdico do braille e de outras escritas com leitura tátil. Na atividade, o improviso é mobilizado para aquelas situações em que não é possível ver.
Informações sobre inscrições ou outros assuntos relacionados ao Festival de Verão podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-6411, pelo e-mail festivalveraoufmg@gmail.com e no site www.ufmg.br/festivaldeverao, que estará no ar com informações desta oitava edição nos próximos dias. Durante o evento, as informações poderão ser obtidas pelo telefone (31) 3409-8278.
Programação
Eixo Ciências da Vida e Saúde
Acessibilidade, como eu trato?
Professora: Liliane Arouca do Carmo
Vagas: 30
Café na rua
Professora: Thereza Portes
Vagas: 30
Geografia imaterial
Professoras: Lia Krucken e Márcia Silva
Vagas: 20
Os sonhos de Franz Kafka
Professor: Juliano Garcia Pessanha
Vagas: 20
Eixo Ciências Exatas, da Terra e Tecnologias
Enigmas da ciência e da tecnologia
Professor: Antônio Sérgio Teixeira Pires
Vagas: 30
Ufos, ovnis e ufologia: antes que o sonho vire pesadelo
Professor: Alberto Francisco do Carmo (DF)
Vagas: 20
Eixo Humanidades, Letras e Artes
Aula poema: estudos indisciplinares para a potência do ato
Professores: Ângela Castelo Branco e Giuliano Tierno de Siqueira
Vagas: 15
Improvisarte: improviso, literatura, inclusão
Professoras: Elizete Lisboa e Maria José Vargas Boaventura
Vagas: 30
O sonho de que temos a linguagem
Professores: Fernanda Mourão e Paul Avilés
Vagas: 15
Um passo de lado
Professora: Anamaria Fernandes
Vagas: 15 em cada turma (serão duas turmas)
Eixo Projetos Especiais
Encontro de Costas: a música improvisada de Portugal e do Brasil
Coordenação: Marco Scarassatti
Vagas: 40
Contributos da improvisação musical para o bem-estar
Professor: Paulo Chagas
Vagas: 20
Cobra e outros jogos de improvisação
Professor: Felipe José
Vagas: 20
Máquinas perceptivas
Professores: Pierre Souza Fonseca e Gabriel Cândido Carneiro
Vagas: 25
Orquestra de garrafas
Professor: Antônio Panda
Vagas: 20
Percepção musical para surdos
Professor: Flávio Teixeira Maia
Vagas: 20
Redação: Cedecom