O Hospital Veterinário da UFMG terá um novo programa de Residência que agora é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). A nova residência, batizada como Programa de Residência Integrada em Medicina Veterinária, terá a duração de dois anos, com uma carga horária semanal de 60 horas, totalizando cerca de 5.760 horas.
O novo programa terá as seguintes áreas de concentração: Anestesiologia em Animais de Companhia, Clínica Cirúrgica em Animais de Companhia, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais, Clinica Médica em Animais de Companhia, Clínica Médica de Equinos, Clínica Médica de Ruminantes, Diagnóstico por Imagem em Animais de Companhia, Patologia Animal e Patologia Clínica Veterinária.
“O MEC reconheceu a prática da residência em Medicina Veterinária pela primeira vez no país. Este é um passo muito importante para nós. O que foi concedido é uma pré-autorização. Depois de iniciado o curso, virá uma comissão do ministério que avaliará a residência. Se o curso for aprovado nesta avaliação, aí sim este programa passará a integrar o sistema de residências do MEC”, explica a professora Gilcinéa de Cássia Santana, coordenadora do curso.
O profissional que ingressar no novo programa receberá, mensalmente, uma bolsa trabalho, de acordo com o estabelecido pelo MEC no Programa Nacional de Bolsas para Residências Multiprofissionais e em Área Profissional da Saúde. “A residência se tornará muito mais atraente aos alunos. Até mesmo pela questão das bolsas que não eram competitivas. Muitos alunos não tinham condição de se formar e sobreviver com a bolsa de R$ 450,00 que é praticamente uma ajuda de custo. O valor subirá para R$ 2.300,00. Pela primeira vez o MEC concederá bolsas para os cursos de residência em veterinária das universidades federais do Brasil inteiro. Com certeza essa mudança vai afetar todo o panorama geral que envolve a residência e a medicina veterinária”, aposta a coordenadora.
Dentre as universidades federais brasileiras, apenas 8 conseguiram a autorização e as bolsas. No sudeste foram nos estados de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais e Rio de Janeiro, no nordeste foi a Bahia, no centro-oeste Goiás e no Sul Paraná e Rio Grande do Sul. O MEC distribuiu 150 bolsas, sendo que em Minas a Universidade Federal de Viçosa (UFV) levou 10, a Universidade Federal de Uberlância (UFU) 18 e a UFMG 20.
Outra diferença apontada em relação a este novo curso é em relação ao enfoque, uma vez que é voltado para saúde humana e animal, e em relação à carga horária que passa de 2550 horas anuais para 2880, totalizando 5760 horas nos dois anos de curso, enquanto atualmente a duração é de apenas um ano. “Além de diferenças estruturais, teremos novas disciplinas, distribuição de carga horária com 80% de prática e 20% de teoria distribuídas em seminários , disciplinas ligadas à área de saúde animal principalmente abrangendo a questão das zoonoses. Serão vários diferenciais”, esclarece Gilcinéa.
A Residência
A residência é um modelo de especialização, mas diferencia-se dos cursos de Pós-graduação Lato sensu,por ter características de um treinamento em serviço, é muito mais prática e a teoria é baseada nos casos clínicos que vão surgindo no decorrer do curso. “Para os alunos, entrar na residência é um ganho enorme, pois durante a graduação não há as vezes muita oportunidade para vivência prática da profissão. Outro ganho é o convívio com profissionais, com a estrutura hospitalar e com o público. A residência dá ao profissional a capacidade de chegar em um ambiente de trabalho e conviver bem com outras áreas, se adaptar à estrutura e dar opiniões sobre o que não está funcionando muito bem”, acredita Gilcinéa.
Os cursos de residência em Medicina Veterinária já existem há cerca de 34 anos, especificamente na Escola de Veterinária da UFMG são 13, e em nenhuma universidade do país era reconhecida. Após um processo que se iniciou em outubro de 2011, o MEC finalmente concedeu a autorização para a Escola de Veterinária da UFMG. Em 2005, as residências multiprofissionais em área profissional da saúde foram criadas a partir da promulgação da Lei n° 11.129, sendo orientadas pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Como ingressar
Para ingressar no Programa de Residência Integrada em Medicina Veterinária da Escola é preciso que o candidato seja graduado em Medicina Veterinária e aprovado no processo seletivo promovido pela coordenação do curso. As informações sobre seleção, matrícula e início do programa estão disponíveis no Edital do concurso de 2012.
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