O Hospital Veterinário da Escola de Veterinária da UFMG se tornou referência em clínica e cirurgia cardiotorácica. Procedimentos como operações de tórax (vídeotoracoscopia, toracotomia) já são realizados há alguns anos com eficiência no Hospital. Além disso, são oferecidos todos os serviços de cardiologia, como aferição de pressão arterial, eletrocardiografia, ecocardiografia e consultas cardiológicas. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital também evoluiu bastante e está equipada com todos os equipamentos necessários para dar o suporte necessário aos animais internados.
Na sexta-feira passada, dia 04 de setembro, foi operada no Hospital Veterinário a maltês Luna de 1 ano e 2 meses diagnosticada com persistência de ducto arterioso, que é uma anormalidade congênita do cão, com a qual o animal já nasce. O atendimento clínico do animal e o diagnóstico da alteração congênita foi realizado pelo clínico e residente Marthin Raboch Lempek. Após diagnóstico, o procedimento cirúrgico e anestésico foi realizado pela cirurgiã Dra. Patrícia Coletto e pela anestesista Dra. Suzane Beier, ambas professoras do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias da Escola, juntamente com suas equipes de médicos veterinários residentes.
A paciente foi diagnosticada com Persistência do Ducto Arterioso quando foi auscultada em uma consulta de rotina, pois apresentava um sopro na ausculta. Foi solicitada, então, a realização de um ecocardiograma para realizar o diagnóstico definitivo. Depois de ser confirmado o diagnóstico, a maltês foi submetida a um procedimento cirúrgico para a correção da anomalia congênita. Caso o procedimento cirúrgico não fosse realizado, o animal não teria sobrevida acima de três anos.
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A cirurgia, que durou cerca de 2 horas, obteve grande sucesso. Após o procedimento cirúrgico, a paciente ficou 48 horas na UTI do Hospital Veterinário para monitoramento e após 72 horas do procedimento teve alta. “Esse tipo de diagnóstico e procedimento cirúrgico só foi capaz devido à alta qualificação dos médicos veterinários do hospital e devido aos modernos equipamentos cirúrgicos, anestésicos e da UTI do Hospital Veterinário”, disse Marthin.
Esse procedimento é realizado por poucas clínicas e hospitais veterinários no Brasil, devido à falta de profissionais qualificados e equipamentos adequados, já que é uma intervenção extracardíaca que necessita de um cirurgião experiente para esse tipo de procedimento, disse a Profa. Patricia Coletto. Além disso, muitos médicos veterinários não realizam o diagnóstico e acreditam que esse tipo de patologia não tem indicação cirúrgica, pois acham que é muito arriscado para o animal. “Contudo, percebemos que fazendo corretamente o procedimento conseguimos uma sobrevida do animal”, explica a equipe do Hospital Veterinário.
“Normalmente as pessoas não sabem que esses procedimentos existem e nem que no Hospital Veterinário da Escola temos condições de realizá-las com eficácia. No entanto, temos uma equipe muito competente que oferece todo o apoio e suporte necessário aos pacientes”, afirma Marthin Lempek, residente de clínica do Hospital.