Em virtude da pandemia do novo coronavírus, as coletas seletivas na capital seguem suspensas desde março, quando a Prefeitura de Belo Horizonte determinou a sua interrupção visando à proteção da saúde pública e ao cuidado com aqueles que precisam trabalhar no recolhimento de resíduos. Com isso, o Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh (HC-UFMG) também precisou interromper o projeto Coleta Seletiva Solidária, por meio do qual disponibilizava, antes da crise de Covid-19, cerca de sete toneladas de resíduos recicláveis mensais para cooperativas selecionadas por meio de edital público.
Sem coleta seletiva, catadores dessas instituições ficaram sem trabalho e sem renda. Para garantir a sobrevivência dessas pessoas durante a paralisação imposta pela pandemia, o HC-UFMG lança a campanha Saúde e Meio Ambiente: juntos pela vida! em apoio à Cooopersoli, cooperativa criada em 2003 e que atua na região do Barreiro. A iniciativa garantirá diretamente a renda mínima de 43 famílias (215 pessoas) de catadores de materiais recicláveis em extrema vulnerabilidade econômica e social. Além disso, irá reforçar a importância do descarte correto do lixo e da reciclagem.
“Para nós, é muito gratificante saber que existem pessoas que se preocupam com a gente e com o trabalho dos catadores. Muitos não conseguiram receber ainda o auxílio do governo. Fizemos uma proposta de retomada para prefeitura, mas ainda está em análise. Então, esta campanha vai ajudar a garantir o aluguel, a água e a luz desses catadores”, afirmou a conselheira administrativa da Coopersoli Barreiro, Neli de Souza Silva Medeiros.
Para ajudar, acesse benfeitoria.com/coopersolibarreiro e escolha sua doação, que também pode ser feita por depósito em conta: Caixa Econômica Federal, Coopersoli Barreiro, Agência 0935, Conta 5647-0, OP 003, CNPJ 06226584/0001-02.
Mudança
Um dos principais problemas ambientais é o descarte inadequado do lixo, por isso a importância de campanhas de incentivo à coleta seletiva e à reciclagem. Neste cenário de pandemia, isso se torna ainda mais preocupante devido ao grande volume de resíduos de serviços de saúde (RSS) decorrentes da assistência ao paciente com suspeita ou confirmação de Covid-19 e à alta transmissibilidade do novo coronavírus.
No HC-UFMG, diversas ações foram realizadas para tornar ainda mais seguro o gerenciamento do lixo hospitalar. Um fluxo com orientações sobre acondicionamento, coleta, armazenamento e destinação final foi criado para encaminhar corretamente resíduos contaminados com o novo coronavírus.
Segundo a chefe da Unidade de Gestão de Resíduos, Elci Souza Santos, a instituição manteve o processo de coleta seletiva, porém o descarte de todo resíduo gerado, mesmo os recicláveis, tem sido feito como comum durante a pandemia por segurança. Também foi preciso readaptar os abrigos do hospital e contratar coletas extras para resíduos do grupo A1, caso do novo coronavírus, que são aqueles provenientes de manipulação de microrganismos, inoculação, manipulação genética, ampolas e frascos e todo material envolvido em vacinação, materiais envolvidos em manipulação laboratorial, material contendo sangue, bolsas de sangue ou contendo hemocomponentes. Em dois meses, já foram geradas cerca de três toneladas desse tipo de resíduo.