A organização da 8ª edição do Festival de Verão da UFMG prorrogou o limite das pré-inscrições de pessoas com deficiência para até hoje, sexta-feira, dia 14 de fevereiro. A pré-inscrição é importante porque possibilitará que a organização do evento avalie a capacidade das oficinas providenciarem os recursos de acessibilidade necessários para realizar o atendimento aos interessados.
Para fazer a pré-inscrição, o interessado deve mandar um e-mail para festivalveraoufmg@gmail.com informando a atividade de seu interesse e os recursos de acessibilidade de que necessita para participar dela. A organização avaliará a demanda e dará retorno ao interessado sobre a capacidade de atendê-la.
A partir de segunda-feira, 17 de fevereiro, as inscrições estarão abertas para todos os demais interessados e podem ser feitas no site da Fundep (www.cursoseeventos.ufmg.br/CAE) até a data de início de cada atividade ou até se esgotarem as vagas, e custam R$ 20,00 para cada oficina. Aqueles que tiverem feito a pré-inscrição também devem fazer a inscrição definitiva neste período, juntamente com todos os demais interessados. O participante deve selecionar a atividade de seu interesse e imprimir o boleto para o pagamento, que pode ser feito em qualquer banco. Quem preferir pode realizar a inscrição pessoalmente, em um dos postos de atendimento da Fundep.
As oficinas do Festival de Verão acontecem entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, como alternativa e complemento à programação tradicional do carnaval belo-horizontino. Será realizado mais uma vez no Centro Cultural UFMG, na Praça da Estação (Av. Santos Dumont, 174). Algumas atividades serão feitas no Espaço do Conhecimento UFMG, na Praça da Liberdade.
A expectativa é de intensa participação do público da capital mineira, em consonância com o crescimento do carnaval na cidade. De acordo com a Belotur, cerca de um milhão de pessoas devem participar da folia em Belo Horizonte este ano – o dobro do público recebido em 2013.
Loucura
Este ano o evento tem como tema Um sonho (in)comum de verão e encerra uma trilogia focada na folia — ou folie, no original francês, palavra que remete à ideia da loucura. “Nas duas últimas edições, especialmente, fomos aproximando o Festival da cidade e de temáticas como a loucura, a poesia, o improviso, a carnavalização, a vadiagem, com uma forte integração das oficinas. Nossa ênfase foi nos incomuns e especialmente na potência do saber da loucura: folie. E fomos crescendo com o próprio carnaval de Belo Horizonte”, afirma Lucia Castello Branco, professora da Faculdade de Letras da UFMG e coordenadora do Festival pelo terceiro ano consecutivo.
Lucia explica a temática voltada para o sonho. “Pensamos no sonho noturno, no sentido das paisagens oníricas, e também no sonho diurno, que é o desejo. E o nosso desejo é de uma universidade mais inclusiva, acessível e aberta ao incomum. Cada um é incomum na sua singularidade. Tentamos disseminar essa ideia, esse sonho na universidade”, diz.
Serão cinco dias de atividades, entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, com a programação se dividindo entre quatro eixos temáticos: Ciências da Vida e Saúde; Ciências Exatas, da Terra e Tecnologias; Humanidades, Letras e Artes; e Projetos Especiais. Ao todo, serão abertas 385 vagas, sendo 240 distribuídas entre dez oficinas e 145 entre seis projetos especiais.
A maior parte das oficinas é voltada para o público amplo, que alcança pessoas de todas as idades e perfis: estudantes, professores, cientistas, artistas, carnavalescos e frequentadores do circuito da Praça da Estação. Mas haverá também atividades voltadas para públicos específicos, como músicos, surdos, crianças, adolescentes, adultos e pessoas com uma determinada escolaridade, como ensino médio.
O Festival conta ainda com uma vasta programação cultural, que inclui shows e encontros musicais, exibição de filmes e documentário, palestras, exposição de artes plásticas, espetáculos teatrais e um baile na noite de terça-feira. Toda a grade cultural é gratuita, com os ingressos limitados à capacidade física dos espaços.
Aproximação com a cidade
A proposta do Festival de Verão é articular cultura, ciência e arte; produzir, de forma ativa, o conhecimento; e trabalhar, sobretudo, com foco na sensibilidade para a acessibilidade. Nesse sentido, o evento vem possibilitando singular interação da UFMG com a sociedade, contexto em que a universidade fomenta o desenvolvimento intelectual e cultural fora do âmbito acadêmico, seu circuito tradicional.
Para Lucia Castello Branco, o evento possibilita que o Centro Cultural UFMG se transforme em uma espécie de centro de residência cultural e artística da cidade durante o carnaval. “O Festival é uma opção tanto para quem está na cidade e não gosta de carnaval quanto para quem gosta da folia”, destaca.
Uma das principais tendências do Festival é sua internacionalização, “caminho que começamos a trilhar desde o ano passado”, salienta Lúcia. Na ocasião, o Festival contou com a participação da atriz portuguesa Mafalda Saloio, que ministrou a oficina Ginástica do ator e apresentou o espetáculo Senhorita dos aires.
“Neste ano, investimos mais fortemente em nomes estrangeiros”, conta a coordenadora. A oficina Os sonhos de que temos a linguagem, por exemplo, será ministrada por Paul Avilés, dos Estados Unidos, em parceria com Fernanda Mourão, da UFMG. A oficina propõe a seleção e tradução de poemas das escritoras norte-americanas Emily Dickinson e Elizabeth Bishop que têm como temática o sonho e o incomum. Já Contributos da improvisação musical para o bem-estar, ministrada por Paulo Chagas, de Portugal, toma o trabalho com a música como fator de melhoria de vários aspectos do desenvolvimento humano.
Outro exemplo de internacionalização é a oficina Um passo de lado, ministrada por Anamaria Fernandes, brasileira que reside e trabalha na França. Anamaria aplicará com o público do Festival sua vasta experiência em instruir pessoas não familiarizadas com a dança, como pacientes psicóticos e adolescentes autistas. A oficina de Anamaria é também um exemplo do foco que a oitava edição do Festival de Verão da UFMG tem no incomum. Enquanto em sua atividade Anamaria visa trabalhar a dança com um público incomum, em Acessibilidade, como eu trato?, Liliane Arouca do Carmo promove uma atividade interativa sobre a importância do entendimento do que é, de fato, acessibilidade, e as formas de se lidar com a questão.
Já na oficina Improvisarte: improviso, literatura, inclusão, Elizete Lisboa e Maria José Vargas Boaventura convidam os participantes a usar “inutensílios” para criar desenhos visuais e em alto-relevo. A oficina foca no ensino lúdico do braille e de outras escritas com leitura tátil. Na atividade, o improviso é mobilizado para aquelas situações em que não é possível ver.
Informações sobre inscrições ou outros assuntos relacionados ao Festival de Verão podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-6411, pelo e-mail festivalveraoufmg@gmail.com e no site www.ufmg.br/festivaldeverao, que estará no ar com informações desta oitava edição nos próximos dias. Durante o evento, as informações poderão ser obtidas pelo telefone (31) 3409-8278.
Programação
Eixo Ciências da Vida e Saúde Acessibilidade, como eu trato?
Professora: Liliane Arouca do Carmo
Vagas: 30
Café na rua
Professora: Thereza Portes
Vagas: 30
Geografia imaterial
Professoras: Lia Krucken e Márcia Silva
Vagas: 20
Os sonhos de Franz Kafka
Professor: Juliano Garcia Pessanha
Vagas: 20
Eixo Ciências Exatas, da Terra e Tecnologias
Enigmas da ciência e da tecnologia
Professor: Antônio Sérgio Teixeira Pires
Vagas: 30
Ufos, ovnis e ufologia: antes que o sonho vire pesadelo
Professor: Alberto Francisco do Carmo (DF)
Vagas: 20
Eixo Humanidades, Letras e Artes
Aula poema: estudos indisciplinares para a potência do ato
Professores: Ângela Castelo Branco e Giuliano Tierno de Siqueira
Vagas: 15
Improvisarte: improviso, literatura, inclusão
Professoras: Elizete Lisboa e Maria José Vargas Boaventura
Vagas: 30
O sonho de que temos a linguagem
Professores: Fernanda Mourão e Paul Avilés
Vagas: 15
Um passo de lado
Professora: Anamaria Fernandes
Vagas: 15 em cada turma (serão duas turmas)
Eixo Projetos Especiais
Encontro de Costas: a música improvisada de Portugal e do Brasil
Coordenação: Marco Scarassatti
Vagas: 40
Contributos da improvisação musical para o bem-estar
Professor: Paulo Chagas
Vagas: 20
Cobra e outros jogos de improvisação
Professor: Felipe José
Vagas: 20
Máquinas perceptivas
Professores: Pierre Souza Fonseca e Gabriel Cândido Carneiro
Vagas: 25
Orquestra de garrafas
Professor: Antônio Panda
Vagas: 20
Percepção musical para surdos
Professor: Flávio Teixeira Maia
Vagas: 20
Informações
(31) 3409-6411
festivalveraoufmg@gmail.com e
www.ufmg.br/festivaldeverao.
Durante o evento, pelo telefone (31) 3409-8278
Redação: Cedecom