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Notícia

Ex-Aluno da Escola recebe Menção Honrosa do Prêmio CAPES de Tese 2019

O ex-aluno da Escola de Veterinária Carlos Augusto de Oliveira Júnior, ganhou Menção Honrosa do Prêmio CAPES de Tese 2019 pela tese desenvolvida no Laboratório de Anaeróbios da EV/UFMG orientado pelo professor Francisco Carlos Faria Lobato e co-orientado pelos professores Rodrigo Otávio Silveira Silva e Roberto Maurício Carvalho Guedes. É a segunda vez que a linha de pesquisa desenvolvida pelo professor Francisco Lobato é mencionada pelo prêmio. Em 2015, a tese do então aluno Rodrigo Silva foi premiada. 
 
 
O Prêmio
 
O Prêmio CAPES de Tese reconhece os melhores trabalhos de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros, a Menção Honrosa é direcionada a teses que têm grande valor científico dentro de suas áreas. Carlos acredita que o prêmio serve como incentivo a alunos que, como ele, se esforçam para desenvolver pesquisas no país, ele diz “o trabalho durante os anos de pesquisa foi muito grande e eu nunca pensei que poderia ganhar um prêmio desta magnitude. Fiquei extremamente feliz, cresci muito durante este período de desenvolvimento da tese, profissionalmente e pessoalmente. Ver que a ciência ainda vale a pena e que nosso trabalho e esforço são reconhecidos é muito gratificante, serve de exemplo para todos que ainda estão nesta labuta de mestrado e doutorado. Se você fizer bem e com força de vontade você chega longe”   
 
A tese 
 
A pesquisa avalia uma estirpe não toxigênica da bactéria Clostridioides difficile para prevenção da diarreia causada por esse agente em suínos. A bactéria Clostridioides difficile é um dos principais agentes causadores de diarreia em leitões na primeira semana de vida, os chamados leitões neonatos, e, quando intensa, pode levar ao óbito.
 
A ideia desenvolvida por Carlos surgiu da demanda de produtores rurais em combater a diarreia neonatal somado aos trabalhos anteriores do grupo de pesquisa, que demonstraram que a bactéria é recorrente em granjas e acomete quase a totalidade dos leitões. Além disso, existem pesquisas que mostram que Clostridioides difficile também pode causar a doença em seres humanos. 
 
Para a produção do medicamento preventivo, utilizou-se uma variação não toxigênica da bactéria, nomeada de Clostridioides difficile Z31, que coloniza o trato intestinal do leitão e impede que a bactéria patogênica se instale e cause a doença.  A bactéria é administrada assim que o leitão nasce, desta forma, como explica Carlos: “aproveita-se da mão de obra encarregada do manejo durante o nascimento dos leitões para aplicação via oral e impede-se a diarreia nas primeiras semanas de vida”.
 
 
Carlos vem trabalhando com Clostridioides difficile desde seu mestrado, em que utilizou a mesma bactéria em modelo experimental de hamsters, obtendo sucesso em prevenir a doença. Agora, em sua tese de doutorado, voltou o foco da pesquisa para os suínos. 
 
Sua pesquisa caminhou por quatro fases visando o possível uso da bactéria de maneira comercial para prevenir a diarreia em leitões neonatos. Primeiro foi feito o sequenciamento genômico da bactéria e averiguou-se que ela era segura, não produzia nenhuma toxina e tinha a capacidade de colonizar o trato intestinal dos animais. Então, foram realizados testes experimentais na Fazenda Experimental Professor Hélio Barbosa da UFMG, em Igarapé, com o apoio das professoras Simone Koprowski e Fernanda Radicchi. 
 
Na fazenda experimental verificou-se a diminuição drástica dos sintomas clínicos e as toxinas não foram detectadas nos leitões que receberam a estirpe. Na terceira etapa, o experimento foi realizado em uma granja comercial, onde novamente a parcela dos animais que recebeu a estirpe teve diminuição drástica da manifestação da doença. Por fim, foram realizados testes laboratoriais para averiguar o potencial uso comercial de um produto a base da bactéria, e observou-se que a estirpe possui facilidade de produção a baixo custo, além de se manter estável em temperatura ambiente e resfriada por um período de dois anos. 
 
Carlos e seu orientador, o professor Francisco Lobato, fizeram o Depósito de Know-how da tecnologia do CTIT e agora aguardam os passos burocráticos regulamentares para transferirem a tecnologia para empresas interessadas em produzir o novo medicamento em massa. O professor Francisco Lobato foi precursor com os trabalhos envolvendo Clostridioides difficile no Brasil em animais, e os trabalhos continuam até a presente data em parceria com o Hospital das Clínicas da UFMG e parceiros internacionais. Sua linha de pesquisa no Laboratório de Anaeróbios recebeu o Prêmio CAPES de Teses 2015 pela tese do atual professor Rodrigo Silva, na época doutorando.
 
 

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