Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

contrast-40
lupa-40
Notícia

Ex-aluno da Escola de Veterinária compete nas Olímpiadas de Londres

Quando os Jogos Olímpicos de 2012 se iniciarem na cidade de Londres, na Inglaterra, no próximo dia 27 de julho os mineiros poderão se orgulhar dos 14 atletas de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais que irão competir. Ainda mais quando um deles é ex-aluno da UFMG e único brasileiro na categoria. Trata-se de Daniel Xavier, veterinário de 29 anos e nascido em Belo Horizonte. Será sua primeira participação em Jogos Olímpicos e ele é o único representante do Brasil na modalidade tiro com arco.

Daniel tem algumas conquistas no currículo e disputou com outros atletas para competir em Londres. Em julho de 2011 foi o melhor arqueiro brasileiro no Mundial da Itália e o 5º colocado no Pan-Americano de Guadalajara, no México, diante de atletas de elite dos Estados Unidos e Canadá. Depois de ficar em quinta posição na etapa classificatória da Copa do Mundo de Ogden (EUA), ele foi anunciado pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco) como representante do país. A vaga havia sido conquistada anteriormente por Bernardo Oliveira, no Pré-Olímpico de Medellín (COL), mas a entidade havia definido que o representante nos Jogos seria o atleta de melhor desempenho em Ogden. Lá, Bernardo e Gustavo Trainini foram eliminados no primeiro dia, enquanto o mineiro avançou à fase final. “Foi bem acirrado, tanto eu como os outros dois atletas estávamos atirando muito bem e poderíamos sair de lá com a vaga por equipes o que possibilitaria aos três estar em Londres. Mas como perdemos na disputa por equipes e fiquei com a 5º colocação no individual e 9º colocação no eliminatório consegui a vaga individual”, explica Daniel.

Ele faz parte de um grupo que engloba 259 atletas brasileiros inscritos, dos quais 14 são mineiros e metade é de Belo Horizonte. Desde 1994 ele divide seu tempo entre treino, estudos e a profissão, mas este ano ele obteve apoio financeiro e pôde se dedicar exclusivamente ao esporte. Começou a atirar na Federação Mineira de Arco e Flecha, dona de uma das melhores estruturas do país, na parte externa do Mineirinho. Seu pai, também arqueiro, é atual presidente da entidade. José Maurício Xavier conheceu o esporte no início da década de 1970 e deu de presente para Daniel um arco e flecha quando ele tinha 11 anos de idade.

Daniel conta que seu pai o apoiou não só no arco e flecha como também em sua outra profissão e veio dele a inspiração de seguir a carreira uma vez que José Maurício também é veterinário. “Sempre fui ligado aos animais e sempre gostei da veterinária como um todo e suas diversas áreas de atuação. Meu pai é Fiscal Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e quando menino ele me levava em seu trabalho e acabei também gostando desta área em particular da veterinária”, recorda-se.

Mas nem sempre foi fácil conciliar o estudo da veterinária com o esporte. Devido à carga horária da disciplina ser em tempo integral na UFMG já houve casos em que Daniel chega às 5h da manhã para treinar e assistia aula às 7h. “Porém a proximidade da Escola de Veterinária com o campo de treinamento, que é na parte externa do Mineirinho, me ajudava bastante”. Ele também conciliou as atividades em sua época de mestrado mas na parte de experimentos nem sempre era possível se dedicar ao tiro com arco do jeito que gostaria. “Quando acabou o mestrado fui Responsável Técnico em alguns estabelecimentos o que me possibilitava espaços livres em meu horário para conciliar com os treinamentos, foi quando tive de sair ano passado para começar a ser arqueiro profissional”. Atualmente ele está se matriculando em uma pós-graduação em Campinas para dar continuidade aos estudos e conciliar com o treinamento.

Para quem começou tão cedo no esporte, Daniel Xavier acompanhou toda a evolução pela qual a modalidade passou desde a época em que se pagava para representar o Brasil em competições, década de 90, até hoje onde se tem apoio financeiro do comitê olímpico para as competições internacionais mais importantes do ano. “A principal diferença hoje é que a pessoa poder se dedicar 100% ao esporte como uma profissão. Esse problema afetava muito essa modalidade pois nós (arqueiros amadores que só treinavam meio período) enfrentava-mos pessoas que treinavam todo o dia, e que tinham além de preparação fisica adequada, o suporte técnico adequado”. Isso mudou com a implantação do programa de treinamento para os Jogos Olímpicos de 2016, chamado Masterplan 2016, no qual 10 pessoas do Brasil todo com potencial de desenvolvimento na modalidade estão em Campinas no centro de treinamento da Confederação para treinamentos em período integral. “Claro que muita coisa ainda se precisa melhorar como a massificação do esporte e captação de patrocinadores que é um problema de todos os esportes especializados, mas os resultados tanto do ano passado quanto desse ano mostram que estamos no caminho certo para as olimpíadas do Rio de Janeiro”, acredita.

Sobre qual profissão prefere, o veterinário e atleta afirma tirar coisas boas das duas áreas. “A veterinária me atrai pela possibilidade de ajudar os animais e pra mim isso é muito bom. O arco e flecha é um esporte que te ensina perseverança, disciplina, concentração e também a ganhar e perder. O importante é que acho que nunca irei parar de aprender com nenhuma das duas profissões”, diz. E que é uma sensação única ser o único representante brasileiro na olímpiada. “Claro que estarei com a responsabilidade toda de representar a modalidade mas estou tranquilo pelo trabalho que está sendo feito e segurança que este te proporciona. Existe também o lado do esporte onde tudo pode acontecer e estou otimista de um bom resultado. Entretanto, deixando claro que o foco é conseguir medalhas nas olímpiadas de  2016 e não em Londres”, esclarece.

O tiro com arco

O tiro com arco surgiu como atividade de caça e guerra nos primórdios da civilização, com indícios de sua prática ainda na pré-história. A partir dos séculos XVI e XVII a prática passou a ser cada vez mais tratada como esporte, com torneios semelhantes aos atuais surgindo notadamente na Inglaterra.
O tiro com arco foi introduzido nos Jogos Olímpicos modernos em 1900, sendo disputado até 1920. A discrepância entre as regras aplicadas nos diferentes países fez com que a modalidade ficasse ausente do evento por várias décadas. A partir de 1972, em Munique, com a adoção das regras da Federação Internacional de Tiro com Arco, (FITA), por um número suficiente de países, o tiro com arco voltou à condição de desporto olímpico, a qual mantém até hoje.

Nos Jogos Olímpicos jogam-se quatro eventos de tiro com arco, todos realizados ao ar livre, utilizando um arco recurvo na distância de setenta metros. A prova é disputada individualmente e por equipes, por ambos os sexos.

Na rodada classificatória, 64 arqueiros disparam 72 flechas (6 séries de 6 flechas em duas rodadas) sobre um alvo com 1,22 metro de diâmetro. A pontuação obtida é usada para formar as chaves da fase eliminatória (o 1º contra o 64º; o 2º contra o 63º e assim por diante). Na fase eliminatória e feito o "combate olímpico", disputa entre dois arqueiros a 70m na qual são disparadas 4 rodadas de 3 flechas, o arqueiro com a pontuação maior avança para a fase seguinte.

A Coreia do Sul é o país com maior tradição olímpica do Tiro com Arco. Desde os jogos de 1984, este país conquistou 16 das 26 medalhas de ouro no esporte.

 

Últimas Notícias

Eventos

Fique de Olho

Acompanhe a Escola