A Escola de Veterinária da UFMG recebeu, no dia 21 de junho, a visita da pesquisadora Lesley Bell-Sakyi, da Universidade de Edimburgo (University of Edinburgh) na Escócia. A cientista ministrou a palestra “Culturas de células de carrapatos e isolamento e propagação de hemoparasitos”, relacionada a pesquisa que realiza há mais de 30 anos.
Lesley Bell-Sakyi é gerente do Tick Cell Biobank, um banco de células de carrapatos, e realiza pesquisas na área da produção de linhagens celulares que permitam a multiplicação de diversos agentes patógenos em laboratório, sem a necessidade da inoculação em animais vivos. Entre os agentes pesquisados, é importante destacar o Anaplasma marginale, um dos principais parasitos do sangue de bovinos no Brasil. Antes das pesquisas realizadas por Lesley Bell-Sakyi, não existiam métodos eficazes para a multiplicação deste microrganismo dentro de laboratórios.
As pesquisas desenvolvidas pela cientista são importantes para a produção de vacinas, para o desenvolvimento de métodos diagnósticos, para o estudo das relações entre o parasito e a célula hospedeira, além de variados estudos moleculares sobre diversos patógenos. Com as células trabalhadas, é possível multiplicar uma enorme gama de microrganismos, importantes para a medicina veterinária e também para a medicina humana.
A pesquisadora Lesley Bell-Sakyi está em visita ao Brasil e esteve anteriormente em um workshop realizado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Seu contato com a Escola de Veterinária da UFMG se deu através da professora Lygia Friche Passos, que fez doutorado em Edimburgo e atualmente colabora em pesquisas da Ludwig-Maximilians Universität, em Munique, na Alemanha. Segundo a professora Lygia, a visita é de grande importância por despertar o interesse dos estudantes de pós-graduação para novos horizontes. “Também é importante para a interação entre os pesquisadores”, afirma. Para ela, a vinda de pesquisadores estrangeiros à Escola de Veterinária abre possibilidades de cooperação entre grupos de pesquisa e permite a divulgação do que é feito na Escola para instituições de outros países.
Lesley também vê a visita como uma possibilidade de interação e integração entre pesquisadores. “Foi importante para eu entrar em contato com pessoas e grupos que estão engajados no mesmo propósito, envolvidos em trabalhos de cultura de células, e que trabalham na mesma linha. Eu não conhecia a extensão do que eles estão fazendo. Este contato permite captar novas ideias e levar novas possibilidades para a minha pesquisa”, afirma. Ela também acredita que o contato permite pensar em futuras colaborações e estímulos para o campo de estudos.