A Assessoria de Comunicação realizou uma entrevista exclusiva com Isa Andrade, renomada professora de Biodanza, com o intuito de enriquecer a comunidade com informações sobre essa prática que ocorre em nosso espaço acadêmico.
A Professora
Isa Andrade é uma terapeuta vibracional, biblioterapeuta e instrutora de Tai Chi Chuan, entre outras especializações. Além disso, destacamos, formada em Biodanza.
Demonstrando ser naturalmente uma buscadora, Isa iniciou sua jornada com projetos voluntários dentro de igrejas, trabalhando com codependentes. Foi nesse contexto que surgiu o seu primeiro contato com a Biodanza, uma descoberta que despertou seu interesse e a levou a se dedicar profundamente à prática. Essa experiência revelou a ela a poderosa conexão entre o mental e o corpóreo, impulsionando sua trajetória.
Isa acumulou diversas especializações na área, realizando uma série de estudos e continuando a se aprimorar constantemente. Seu compromisso em oferecer o melhor para todos os seus alunos a levou a buscar sempre ampliar seu conhecimento e a percorrer vários caminhos, inclusive, chegando aqui na Escola de Veterinária.
Biodanza na Escola de Veterinária
Em 2017, no âmbito da UFMG, a professora foi informada sobre diversos casos envolvendo a saúde mental de alunos e foi quando resolveu partilhar a sua ferramenta, a biodança, no intuito de ajudá-los, por meio de um projeto voluntário. Em 2018, o projeto chega na Escola de Veterinária, ao lado da Comissão de Bem com a Vida e permanece até os dias atuais.
A aluna do projeto, servidora da escola e presidente da Comissão de Bem com a Vida, Mardelene Geísa Gomes (Mel), reforça os poderes da prática em seu depoimento: “É interessante a mudança do padrão do som, na tranquilidade da gente…. Com o tempo a gente vai realmente se integrando. E aí eu não sei se é eu e a minha dança, ou se é o efeito da minha dança em mim, até onde é uma coisa ou outra. Porque tudo é uma construção”.
A Biodanza
A biodanza foi criada por Rolando Toro Araneda, um antropólogo, professor, poeta e pintor chileno. Rolando sempre acreditou na capacidade de fortalecimento da identidade, no poder do indivíduo de conhecer e saber quem ele é. Essa expressão, porém, na época da ditadura chilena, não foi bem recebida e Rolando teve que sair de seu país. Assim, o chileno chegou ao Brasil, onde pode desenvolvê-la melhor.
A prática nasceu em 1965, em meio aos ambientes de hospitais psiquiátricos. Em seu estágio inicial, foi primeiramente denominada “psicodança”. Entretanto, a designação enfrentou resistência e não foi aceita. Assim, foi renomeada “biodanza”. “Bio quer dizer vida. A dança, dança da vida, dança em torno da vida, porque para nós, da biodanza, a vida está em primeiro lugar. E Rolando fala muito dessa sacralidade da vida. E não é a vida só dos seres humanos, é a vida em geral, pode ser das plantas, dos animais, do próprio planeta.”, explicou Isa.
A Biodanza é uma prática que promove a integração de diversas facetas do ser humano, incluindo as funções cognitivas, emocionais, espirituais e evolutivas. “Uma coisa importante é que na biodanza não tem certo nem errado. Não existe dança coreografada. Existe cada um encontrando seu próprio ritmo. Isso é fundamental. Para que a pessoa se perceba enquanto corpo, enquanto ser no mundo.”, esclarece Isa.
A prática sempre ocorre em grupo para que seja trabalhado o “eu” com o outro.Toda aula possui uma metodologia própria, iniciando-se com o lúdico e depois com uma parte de relaxamento. Os exercícios são de dança, com música e interações dentro do grupo em roda, que é um símbolo de proteção dentro da Biodanza. Na prática, utiliza-se a máxima: “quando eu vejo o outro, eu tenho notícias de mim.”
Os praticantes experimentam uma série de benefícios, como melhorias na qualidade do sono, postura e humor. Eles também desenvolvem ações de autocuidado e auto respeito mais consistentes, além de experimentarem uma redução do estresse, depressão, ansiedade e medo. “A Biodanza é uma forma perfeita de ser. E o bom é que para isso acontecer, basta uma hora, uma vez por semana. os efeitos da Biodanza, ela dura vários dias. Aí melhora o sono, a postura, o humor.”, compartilhou Mel. No Brasil, a Biodanza é uma atividade terapêutica que faz parte das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde do SUS, sendo oferecida pelas secretarias de saúde de diferentes municípios em várias regiões do país desde 2017.
Perguntada sobre quais conselhos daria para os interessados em vivenciarem a Biodanza pela primeira vez, Isa responde: “Tenha paciência com você mesmo. E queira realmente se gostar. É só isso. Diga sim à vida. E a vida começa em você. Sem você, não tem nada.”. Isa não só é instrutora, mas também é aluna de Biodanza na escola da Claudete Sant’anna,Escola Modelo SRT (Sistema Rolando Toro), em BH, viúva de Rolando Toro.
As práticas de Biodanza ocorrem todas às quartas-feiras, Quarta-feira das 12:15 às 13:15, no auditório do DCCV, com a professora Isa Andrade. É fundamental que os alunos interessados estejam vestidos com roupas leves e confortáveis, e de preferência, estejam usando meias antiderrapantes para garantir uma experiência segura e confortável durante as atividades. Professores, alunos e técnicos da UFMG e de fundações, todos são bem-vindos! O projeto atende a comunidade geral da Escola e, também, pessoas externas!
Lembramos que em abril de 2024, a Federação Internacional de Biodanza celebrará os 100 anos do nascimento de Rolando Toro por meio do I Congresso Mundial IBFed / XI Congresso Mundial de Biodanza / VIII Congresso Europeu de Biodanza. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas no site da federação.
A Assessoria de Comunicação agradece a disponibilidade da Isa e da Mel por dedicarem seu tempo para conversar conosco.
Acompanhe a Isa no instagram (https://www.instagram.com/isa3bio/)
Equipe
Antônio C. (fotografia e supervisão) , Luísa Aguiar (entrevista) e Wanessa Lina (entrevista e redação).