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Notícia

Duas teses da Escola de Veterinária são agraciadas no Prêmio UFMG

No final do mês de outubro, foi realizada a cerimônia de entrega do Prêmio UFMG de Teses 2015. Entre diversos concorrentes, 39 pesquisadores de Doutorado tiveram suas teses agraciadas com o prêmio da universidade, entregue pelo reitor Jaime Ramírez. 
 
Entre as premiadas, duas teses pertencem a estudantes de pós-graduação da Escola de Veterinária da UFMG, sendo uma na área de Zootecnia e a outra especializada em Ciência Animal. 
 
Defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, a tese “Exigências nutricionais de energia de bovinos machos F1 holandês x Gir determinadas pelas metodologias de abates comparativos e respirometria calorimétrica” se concentra na área de nutrição e alimentação animal e foi apresentada pelo estudante Alexandre Lima Ferreira. 
 
Alexandre teve a orientação da professora Ana Luiza da Costa Cruz Borges e trata de verificar se as duas principais metodologias utilizadas mundialmente para determinar as exigências de energia em ruminantes, metodologia respirométrica e de abates comparativos, apresentariam resultados semelhantes, uma vez que são metodologias distintas, sendo que no Brasil somente recentemente foi introduzido a respirometria, com a vantagem de não precisar sacrificar os animais e de se ter resultados mais rápidos e menos laboriosos que a de abates, a metodologia mais difundida nacionalmente.
 
Os resultados mostraram equivalência entre as duas técnicas, demonstrando ainda a versatilidade da respirometria, possibilitando, ainda, a geração de dados de produção de metano em bovinos criados em clima tropical, fato importantíssimo para o desenvolvimento de uma pecuária sustentável.
 
A importância desse trabalho foi enorme, visto que ajudou a desmitificar a metodologia respirométrica, havendo uma grande interação entre alunos, professores e pesquisadores para que esse trabalho fosse desenvolvido”, disse Alexandre. O autor também demonstrou surpresa pelo prêmio recebido: “A premiação foi surpreendente do ponto de vista meritório, visto que apesar de trabalharmos com seriedade e afinco, não esperávamos tamanho reconhecimento.”
 
Já Rodrigo Otávio Silveira Silva foi premiado junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal graças à tese intitulada “Clostridium difficile: Padronização e avaliação de métodos de diagnóstico, ocorrência em seres humanos e animais e desenvolvimento de um modelo experimental em hamsters”. 
 
A tese foi a conclusão de um estudo sobre a bactéria Clostridium difficile que vinha sendo realizado desde o seu mestrado. Durante a sua pesquisa, o aluno descobriu que a doença, que causa diarreia quando a microbiota intestinal sofre alterações, começou a acometer vários animais, além dos seres humanos. “Em animais a doença não tinha nenhum relato até então. No entanto, começou a ser a principal causa de diarreia em suínos novos no exterior, pincipalmente nos EUA e na Europa. Mesmo assim, os produtores do Brasil negavam a existência dessa doença aqui”, disse.
 
Usando uma linha de pesquisa baseada em diagnóstico, epidemiologia e controle das doenças dos animais, Rodrigo foi orientado pelo professor Carlos Faria Lobato. “Com meu trabalho consegui detectar, pela primeira vez no país, a diarreia por Clostridium difficile em cães, equinos, suínos e, pela primeira vez no mundo, em carnívoros silvestres”, declarou Rodrigo. 
 
Pesquisando a ocorrência e as formas de diagnosticar uma doença que ainda não havia sido relatada em várias espécies de animais no Brasil, sua tese não se restringiu apenas a esse ponto em questão, mas também sobre os métodos de diagnóstico em si: “Em sequência, trabalhando com seres humanos internados no Hospital das Clínicas da UFMG, conseguimos demonstrar que a dificuldade de controle da infecção hospitalar causada por esse agente era bastante associada à ineficiência dos métodos de diagnóstico utilizados no Brasil”, afirma Rodrigo.  
 
Sobre a experiência de receber um prêmio desse tipo, o estudante declarou imensa satisfação: “Receber o prêmio foi uma experiência muito gratificante. É um reconhecimento que me motivou e continua a me motivar em busca do meu sonho de me estabelecer como professor e pesquisador.”
 
A pesquisa de Rodrigo está servindo como base para estudos de outros alunos da UFMG. A eficácia da vacina agora está sendo testada em leitões por um doutorando da Escola de Veterinária e um aluno de doutorado da Faculdade de Medicina está estudando novos métodos de diagnóstico da doença em pacientes, tendo em vista as fragilidades encontradas pelo estudante premiado.
 

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