Universidade Federal de Minas Gerais

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Notícia

Docentes e discentes da Escola estudam a situação de canídeos e felídeos silvestres

 
Um novo projeto, coordenado pelos professores Pedro Lúcio Lithg Pereira e Danielle Ferreira de Magalhães Soares, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP), estuda a situação sanitária de canídeos e felídeos silvestres brasileiros, como a onça pintada, o lobo-guará e a jaguatirica. Os animais são recebidos nas instituições parceiras do projeto e passam por testes, onde é realizada a coleta de amostras de sangue, parasitas, fezes, pelo, entre outras. Em seguida, é feita a análise para averiguar qual a relação existente entre a saúde desses animais e as alterações ocasionadas pelos seres humanos no ambiente em que eles foram recolhidos.  Com isso, é possível analisar de que forma a degradação causada pelo humano interfere no meio ambiente, e o quanto isso influencia na saúde dos animais.
 
Mirella D’Elia, bolsista do projeto, explica como são feitas as análises. “Quando o animal chega a alguma das instituições parceiras é preenchida uma ficha de dados contendo suas características, detalhes de origem e estado de saúde geral. Então, realizamos uma triagem dessas informações, tentamos encontrar geograficamente essa localização, e traçamos um raio, a partir do lugar em que ele foi capturado e da média de território utilizado por cada espécie. Com isso, é possível avaliar todo o ambiente do qual ele faz uso, e o quanto foi alterado pelas ações humanas. Da correlação feita entre a área alterada e os agentes encontrados pelos exames, é avaliado o quanto o ser humano pode estar impactando nas populações de vida livre e na conservação das espécies estudadas”.
 
O professor Pedro Lithg ainda destaca outro fator que amplia a importância do projeto. “Ele tem importância na saúde pública porque dá condições de monitorar a circulação de determinados agentes no ambiente. A proximidade dos animais silvestres com o ambiente urbano possibilita o contato entre populações desses animais com os domésticos. Então, não sabemos qual é a potencialidade de reservatório dos animais domésticos e silvestres para determinado tipo de agente etiológico (nome dado ao causador de alguma doença). E com base nesses diagnósticos, temos condições de monitorar estes agentes”. 
 
 
O projeto, que recebeu o nome de Avaliação Epidemiológica de Canídeos e Felídeos Silvestres Provenientes de Vida Livre das Cinco Regiões do Brasil, conta com uma atividade inovadora: criar um “gradiente antrópico” que possa ser aplicado para avaliar o nível de degradação do ambiente. Este padrão criado terá uma variação de acordo com o bioma estudado e, com isso, poderá ser utilizado por outros pesquisadores que trabalhem com a epidemiologia e conservação de animais silvestres. “Através de parâmetros de uso do solo, e a partir dessas análises do ambiente, é possível estabelecer esses graus de antropização (transformação que o ser humano exerce sobre o meio ambiente)”, afirma o professor Pedro.
 
Para realizar as pesquisas, o grupo conta com o apoio de instituições autorizadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) a receber e criar animais de vida livre, empresas privadas e até de outras universidades. Também são feitas viagens para estados como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo e há intenção de ampliá-las para o norte do Brasil. Inicialmente, a pesquisa era feita apenas em 3 biomas do Brasil: Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica. Entretanto, com os bons resultados já alcançados, a área de abrangência do projeto aumentou, alcançando também a Amazônia, a Caatinga e o Pampa.
 
O projeto é aberto aos estudantes de Medicina Veterinária que estejam interessados em participar. Para isso, é necessário que a vacinação do aluno esteja em dia e que ele entre em contato com o professor responsável ou com os bolsistas participantes.
 

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