Universidade Federal de Minas Gerais

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Notícia

Distúrbio da tireoide também é problema de pet

Os hormônios tireoidianos são fundamentais para o funcionamento do nosso corpo e qualquer alteração neles pode desencadear uma série de problemas. O que muita gente não sabe é que o hiper e o hipotireoidismo também são doenças de pets, sendo o primeiro mais comum nos gatos e o segundo em cães.  O tratamento da doença é relativamente fácil e barato, ao contrário do diagnóstico no qual deve se observar a relação de diversas taxas hormonais para se ter certeza da doença. Segundo Adriane Pimenta da Costa Val Bicalho, do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, também é muito importante que o proprietário leve o animal a uma consulta de rotina a cada 6 meses para ajustar a dose do hormônio tireoidiano.

O cachorro com hipotireoidismo terá uma baixa taxa dos hormônios tireoidianos e vai ganhar peso mesmo comendo pouco, será mais intolerante ao exercício físico e vai ter pelagem de pior qualidade. Já o gato com hipertireoidismo terá um excesso desses hormônios e vai se tornar extremamente magro, muito agitado e perderá peso mesmo comendo muito. O que facilita bastante o diagnóstico é que se consegue palpar a glândula no animal, uma vez que ela vai estar aumentada em função da doença, ao contrário dos cães em que o diagnóstico é um pouco mais complicado. “Deve haver uma combinação dos sintomas clínicos com o hormônio tiroidiano (T4 livre) abaixo do valor, o T4 total abaixo do valor normal e o TSH (hormônio estimulador da tireoide) muito alto”, explica Adriane.

Feito o diagnóstico da doença, o tratamento nos cães é bastante simples usando-se o fármaco levotiroxina, que atua aumentando a velocidade metabólica dos tecidos do organismo. A professora conta que uma pessoa de estatura e peso médios tomaria 50 microgramas de medicamento enquanto que um cão para tomar essa quantidade de medicamento precisa ter apenas 2 kg. O cachorro precisa receber uma dosagem maior que o ser humano para que o efeito aconteça. “Então é muito frequente a manipulação deste medicamento em doses concentradas para que ele não precise tomar quantidades enormes de comprimidos”, acrescenta. 

Ganho de peso, aliás, foi o que chamou a atenção da proprietária Evanilda Azevedo de Oliveira. Ela percebeu que seu cão Nick de 10 anos vinha ganhando 100 gramas por semana mesmo não comendo tanto. Também começou a perder pelo, desenvolver feridas na pele e sentia um frio excessivo. “Então foi realizado um exame de sangue e logo em seguida já entrei com a medicação. Todo dia eu dou um comprimido para ele de 100 mg”, relata. Ela conta que no início o controle era feito de 3 em 3 meses mas que agora este tempo já pulou para 6 meses. “Trato do Nick há cerca de 3 anos e tem sido muito tranquilo. Não é uma doença tão complicada mas se não tratar as consequências virão. Já tive um cachorro com o mesmo problema mas ele acabou morrendo pois descobrimos tardiamente”, relembra.

Adriane adverte para os riscos de não se tratar o animal doente. “Esse cão pode ter diminuição do ritmo cardíaco e alterações, podendo até sofrer uma parada cardíaca, não ter perfusão cerebral suficiente e vir a ter convulsões e até entrara em coma”.  
No gato o tratamento é um pouco mais complicado pois as alternativas são a radioterapia, que a Escola de Veterinária não oferece, ou o uso de géis transdérmicos, devido a personalidade do gato e a dificuldade de se dar comprimidos a ele todos os dias. “Em contrapartida, por ele ser aplicado pelos proprietários, a quantidade pode variar e os médicos veterinários não terão muito controle sobre o tratamento e seus resultados”, pontua Adriane.

O hipotireoidismo surge através de um processo semelhante ao que acontece nos humanos, conhecido como tireoidite de Hashimoto ou tireoidite linfocítica. Quando o cão está numa idade adulta ele pode ter infiltração de linfócitos na tireoide e com o tempo estes linfócitos ocupam o lugar das células produtoras de hormônio.
 

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