Universidade Federal de Minas Gerais

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Notícia

Conheça o setor de produção de alimentos que mais cresce nas últimas décadas

Atualmente,  é responsável pela produção de quase 50% de todo o peixe consumido mundialmente. Além disso, é o setor de produção de alimentos que mais cresceu nas últimas décadas em todo o planeta. A aquacultura, atividade ainda desconhecida por muitas pessoas, vem se firmando como uma das grandes responsáveis pela manutenção e sustentabilidade da produção alimentar global. Mas afinal, a que ela se dedica?

De acordo com definição da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (Fao), a aquacultura é a produção econômica de organismos aquáticos, o que inclui peixes, crustáceos, moluscos e vegetais. Apesar de também estar ligada à produção para o setor ornamental, a atividade se dedica essencialmente a produzir alimentos para os seres humanos através do cultivo destes organismos. Segundo dados da Fao, o setor tem crescido três vezes mais rápido que a produção terrestre de carne animal. Se, na década de 1970, a oferta mundial de produtos da aquacultura era de 0,7 kg por habitante, em 2006 este número já chegava aos 7,8 kg. Além disso, o setor tende a ultrapassar a atividade pesqueira. Na década de 1950, a aquacultura produzia menos que 1 milhão de toneladas de pescado. Já em 2006, este numerou alcançou a marca dos 51,7 milhões de toneladas, o que representou um crescimento médio anual de 7%.

O Brasil reflete esta tendência mundial. De acordo com dados encontrados no site do Ministério da Pesca e Aquicultura, 38% da produção nacional de pescado já é cultivada, o que representa em torno de 1,25 milhões de toneladas anuais. Ainda segundo o ministério, de 2003 a 2009, o setor teve crescimento de 35% em sua produção.

Diferente da pesca, a aquacultura não é extrativista. De acordo com professor e coordenador do curso de Aquacultura da Escola de Veterinária da UFMG, Edgar Teixeira, entende-se que estas atividades são absolutamente distintas. “As estratégias são diferentes, a forma de buscar mercado é diferente. Apesar de os produtos serem similares, na aquacultura existe controle sobre todas as etapas de vida dos organismos produzidos”. Segundo ele, a aquacultura tem vantagem na produção diante do extrativismo justamente por trabalhar com este controle, através de fatores comparativos ou de recursos técnicos, como a capacidade de rastreamento dos animais.

Por natureza, a atividade produtiva é mais sustentável que as atividades extrativistas. Além disso, de acordo com Edgar, “é importante ressaltar que a aquacultura se baseia não apenas na sustentabilidade ambiental, mas também na sustentabilidade econômica, que garante os investimentos e o crescimento do setor, e na sustentabilidade social, com a geração de emprego e renda”.

Com o crescimento acelerado, o mercado de trabalho tem necessitado cada vez mais de pessoas qualificadas. Segundo Eduardo, trabalham nesta área, hoje em dia, veterinários, zootecnistas, agrônomos, biólogos e engenheiros de pesca. Porém, “com exceção da engenharia de pesca, que tem incluído muito da aquacultura em seu currículo, os cursos de graduação destes profissionais tratam a área apenas tangencialmente”. Este tipo de formação, com oferta de poucas disciplinas, não consegue atender à capacitação exigida pelo nível atual de profissionalização do mercado. Esta demanda foi um dos fatores responsáveis pelo surgimento do curso de Aquacultura da UFMG, o primeiro da região sudeste do Brasil.

Segundo o professor, o objetivo do curso é “formar profissionais aptos a trabalhar em toda a cadeia produtiva, desde a área de gestão econômico-financeira, passando pela parte de produção, até o manejo ambiental”. Edgar explica que no curso são abordadas estratégias de produção que permitem minimizar os impactos ambientais da atividade e os estudantes adquirem conhecimento abrangente, “do estudo da reprodução dos organismos até o processamento de tecnologia de pescado, com o desenvolvimento de produtos que chegam à mesa dos consumidores”.

No Brasil, existem cursos com o nome de Engenharia de Aquicultura que também se dedicam a formar profissionais para este mercado em expansão. Segundo o professor Edgar, estes cursos “têm tanta engenharia quanto o curso de Aquacultura da UFMG. Nós entendemos que este não é um curso de engenharia. Temos alguns componentes da área de exatas, nossos alunos fazem cálculo simplificado para a área de ciências biológicas, hidráulica, hidrologia, cartografia e topografia, mas como ferramentas auxiliares na produção dos organismos aquáticos. Em nosso entendimento, esse é um curso essencialmente da área de ciências agrárias, da área de produção de alimentos”.

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