Para muitos estudantes mineiros o primeiro grande sonho após concluir o ensino médio é ingressar em uma boa universidade federal. E dezenas destes alunos realizam esse sonho quando são aprovados em um dos dois cursos oferecidos pela Escola de Veterinária da UFMG.
A medida que o aluno desenvolve seus estudos na Escola, vai criando novos sonhos e metas para seu percurso e muitos consideram que a experiência em outros países oferece uma capacitação profissional e pessoal diferenciada. Com isso, passam a se interessar pelas diversas bolsas de intercâmbio disponíveis.
Sabendo dos desejos e necessidades dos seus alunos, a Escola de Veterinária da UFMG é parceira do projeto Ciência sem Fronteiras, programa que oferece bolsas de intercâmbio para diversas universidades do mundo. Todo semestre alguns alunos da Escola são contemplados com a bolsa e podem viver essa experiência no exterior.
No início de 2014, Gustavo Moreira, André Saldanha e Dimitri Bassalo foram para a Austrália pelo Ciência sem Fronteiras. André Saldanha destaca a estrutura de alta qualidade que a universidade australiana oferece aos seus alunos e a diferença nos métodos de ensino. “As universidades de lá oferecem uma infraestrutura muito boa para o aluno. E o melhor é que tem menos matérias em sala, o que proporciona um tempo maior para o aluno construir o seu próprio currículo”, explicou André. Gustavo Moreira também destacou a diferença na metodologia de ensino. “A maior diferença se dá no que é abordado em sala de aula: As aulas são de curta duração – 1 ou 2 horas no máximo – e há poucas aulas de cada matéria na semana, três no máximo. Além disso, é comum fazer de 3 a 6 disciplinas no semestre, nunca mais do que isso” explicou.
Já para Dimitri o principal fator é a diretriz curricular. “As diretrizes das matérias são muito bem fixadas, então você sabe o que vai ser dado durante todo o período. A diferença é que aqui pegamos capítulos de diversos livros, enquanto lá eles adotam um livro base”, disse Dimitri.
Daniela Noronha também viajou para os Estados Unidos pelo programa. No início encontrou algumas dificuldades na universidade de lá. “Inicialmente a universidade não aceitava alunos de Veterinária, então no primeiro semestre não fiz matérias realmente ligadas ao curso de Veterinária. Mas no segundo semestre, consegui entrar em contato com alguns professores e tive autorização para assistir as aulas que tinham mais a ver” disse. Ela também destacou a receptividade local. “Dei muita sorte de ir para um lugar muito bom. Eles que organizaram as questões relacionadas a moradia e alimentação, o que me tirou uma preocupação”, completou.
Raphaella Hamara viajou para a França e também enfrentou certa dificuldade no começo. “Foi a primeira vez que a Universidade de Toulouse participou do programa, então cometeram alguns erros relacionados a alocação dos alunos. Inicialmente fui colocada no mestrado de Biosaúde”, explicou. Ela também destacou a estrutura da universidade. “O que mais me chamou a atenção lá foi a biblioteca e os esportes ofertados aos alunos. A biblioteca possui um acervo muito grande e atualizado. Além disso, a universidade oferece equitação para os alunos praticarem, algo impensável aqui”. E completou dizendo que “a Escola de Veterinária da UFMG é muito boa e oferece muitas oportunidades para o aluno. Por isso acho que não ficamos devendo nada a eles”.
Dimitri destacou a receptividade do povo australiano. “No início houve uma barreira, o que é natural, mas uma vez rompida essa barreira, eles se mostram um povo muito educado e cordial”. André completou dizendo que “é um povo sem preconceitos, que gosta muito de conhecer novas culturas. E devido a nossa distância geográfica, eles se interessam muito por conhecer os costumes sul-americanos”.
Para alguns alunos a oportunidade de vivência no exterior significou um grande passo profissional e pessoal. “A experiência é extremamente positiva e considero importantíssima. Diria que foi a melhor experiência da minha vida. Num mundo cada dia mais globalizado é muito importante esse contato multicultural, o aprimoramento de uma segunda língua, a colaboração entre os atores de uma atividade com abordagens e pontos de vista diferentes. Tudo isso só nos enriquece pessoal e profissionalmente”, ressaltou Gustavo Moreira.