O Aquacen, Laboratório Oficial Central da Rede Nacional de Laboratórios Oficiais do Ministério da Pesca (Renaqua), sediado na Escola de Veterinária da UFMG, foi aprovado pela 2ª vez em teste de proficiência internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), para enfermidades de camarões. O Aquacen se destacou pelo índice de 100% de acertos e por emitir os resultados em apenas quatro dias, sendo o menor prazo entre os 21 laboratórios participantes.
No teste, organizado pelo laboratório de referência da OIE, localizado na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, os laboratórios participantes de cada país recebem amostras e devem analisá-las, para diagnosticar a presença ou não de diferentes agentes infecciosos em cada exemplar, em um prazo de até 7 dias. Com a taxa de 100% de acerto para a detecção das doenças, o Aquacen teve plena concordância com os resultados do laboratório de referência, recebendo a aprovação.
Este é o segundo ano em que o Aquacen participa desse teste e recebe sua aprovação, ampliando sua visibilidade no cenário internacional. “Esse certificado aumenta muito a confiabilidade internacional. Para qualquer laboratório oficial, é sempre importante a participação em testes de proficiência internacionais. Isso demonstra aos países com os quais se mantém relações comerciais que o produto é de qualidade, e que o laboratório é capaz de certificar isso adequadamente”, afirma o professor do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP) da UFMG e coordenador do Aquacen, Henrique César Figueiredo.
Laboratório central
O Aquacen surgiu de acordo de cooperação firmado há três anos entre a UFMG e o Ministério da Pesca (MPA). A parceria é fruto de estratégia adotada pelo Ministério, que se uniu a instituições de ensino e pesquisa para desenvolver ações de controle sanitário de organismos aquáticos em todo o Brasil. Com esse objetivo, o MPA criou a Renaqua, rede laboratórios que atende aos seus programas e métodos de controle sanitário e de qualidade do pescado nacional, tendo o Aquacen como laboratório central.
O laboratório da Escola de Veterinária desenvolve diagnósticos oficiais da qualidade sanitária de organismos aquáticos comercializados no país, incluindo produtos de exportação, além da realização de pesquisas aplicadas por solicitação do Ministério. “Trata-se de uma estratégia arrojada, que dá mais versatilidade às atividades, diferentemente de outros ministérios, que trabalham com estrutura própria”, destacou o diretor da Escola de Veterinária, Renato de Lima Santos.
Para ter a garantia de controle sanitário do MPA, agências estaduais do país inteiro fazem coletas fiscalizadoras, para verificação da qualidade. Essas amostras são enviadas para o Aquacen ou para os demais laboratórios da rede, para a realização do diagnóstico oficial. “A diferença do diagnóstico convencional para o oficial, é que este segundo é o reconhecido pelo governo brasileiro. Portanto, ele tem que ser feito de acordo com normas e processos de validação internacionais”, explica o coordenador Henrique César Figueiredo. “Esse diagnóstico não é só de produção nacional, mas também da análise de pescados importados, como os do Vietnã e Argentina, comercializados em âmbito nacional”, completa.
Além do trabalho para o Ministério da Pesca, o Aquacen também tem papel importante na integração e capacitação de alunos. Atuando na pesquisa em sanidade de animais aquáticos, o laboratório recebe alunos de graduação e de pós-graduação da Escola, e os métodos e processos desenvolvidos por eles podem ser utilizados, posteriormente, nos diagnósticos oficiais. “O diferencial do nosso laboratório é a pesquisa lastreada no diagnóstico, e por meio disso vem a inserção dos alunos. Eles podem conhecer como ocorre o diagnóstico no Aquacen e como se dão os processos dentro de um laboratório desse porte”, ressalta Carlos Augusto Leal, professor do DMVP e também coordenador do Aquacen.
Atualmente, o Aquacen funciona provisoriamente em instalações no Departamento de Medicina Veterinária Preventiva. Contudo, duas obras para ampliação da estrutura do laboratório já estão em andamento. As perspectivas são de ampliar a infraestrutura e a equipe do Aquacen, além de captar mais alunos para treinamento e desenvolvimento de técnicas de diagnósticos.