Com 100% de acerto, o Aquacen, Laboratório Oficial Central do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), sediado na Escola de Veterinária da UFMG, foi aprovado em teste de proficiência internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para enfermidades de camarões. O Aquacen se destacou ainda por atingir um dos menores prazos de finalização do teste entre os laboratórios participantes.
O desafio de detectar, em até 7 dias, as principais doenças virais de camarões consideradas como de notificação obrigatória pela OIE, foi facilmente superado pelo Aquacen. O prazo de 4 dias foi o suficiente para a equipe do laboratório realizar diagnósticos precisos de amostras de tecido de camarão infectados com diferentes vírus. “É uma vitória conseguirmos rendimento total já em nosso primeiro teste de proficiência internacional, há menos de um ano do início das atividades do laboratório oficial do MPA”, afirma o professor do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da UFMG e coordenador do Aquacen, Henrique César Pereira Figueiredo.
O método utilizado para realizar a identificação dos vírus presentes nas amostras foi o de biologia molecular. A síndrome Taura (TSV), doença da cabeça amarela (YHD), necrose hipodérmica e hematopoiética infecciosa (IHHNV), doença das manchas brancas (WSSV) e mionecrose infecciosa (IMNV), foram detectadas com a aplicação, em tempo real, de técnica de multiplicação dos fragmentos de DNA.
De acordo com o professor Henrique, a meta agora é participar anualmente dos testes de proficiência para as doenças de camarão. E não para por aí. “Outro objetivo é iniciar a participação em ensaios de proficiência para as doenças de peixes e de moluscos bivalves, como por exemplo o mexilhão e a ostra”, planeja.
Perspectivas
O treinamento é parte essencial do processo. Dessa forma, o professor Carlos Augusto Gomes Leal, também do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e coordenador substituto do Aquacen, participou, durante 15 dias, de um treinamento no laboratório de referência da OIE. Neste ano, o pesquisador sênior do Aquacen, Alex Fiorini de Carvalho, também fará o mesmo. “Esse contínuo treinamento é um dos passos importantes para o alcance de excelentes resultados”, avalia Henrique Figueiredo.
Outro passo importante é a elaboração de um projeto de cooperação internacional com o Laboratório de Referência da Noruega para enfermidades de animais aquáticos. O projeto a ser submetido à OIE, dentro do programa “Laboratory Twinning”, permitirá o futuro reconhecimento do Aquacen como um dos laboratórios de referência da Organização. “Todas essas ações elevam a confiança da comunidade internacional quanto ao controle sanitário realizado para os animais aquáticos no Brasil”, conclui Henrique.